Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira em que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

KPA Supreme Commander Kim Jong Un inspects the truce village of Panmunjom. Foto DPR

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SÃO PAULO – Apesar dos duros discursos e trocas de farpas dos líderes de EUA e Coreia do Norte, a sessão é relativamente morna nos principais mercados mundiais, em dia de poucos indicadores na agenda. Por aqui, as movimentações para a eleição de 2018 são destaque. Confira no que se atentar:

1. Bolsas mundiais

A nova ameaça da Coreia do Norte levou a alguma procura por ativos de proteção ao risco, com a alta do ouro e da moeda japonesa iene, enquanto o minério registra forte queda. Porém, o impacto é relativamente limitado. As bolsas asiáticas registraram leves baixas, com o destaque mais significativo para Hang Seng. Na China, também pesou nos mercados acionários o rebaixamento do rating soberano do país pela S&P na véspera, quando as bolsas do continente já estavam fechadas. Na Europa, os principais mercados acionários registram leves ganhos, também de olho nas eleições do próximo fim de semana na Alemanha. Além disso, nesta sexta, a primeira-ministra do Reino Unido Theresa May fará discurso sobre as negociações com a União Europeia para o Brexit. 

A Península Coreana voltou ao radar após o ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, afirmar ontem em Nova York que Pyongyang poderá realizar um teste nuclear de “escala inédita” no Oceano Pacífico. Antes disso, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, afirmou estar estudando uma “dura contramedida do mais alto nível” em resposta ao recente alerta do presidente Donald Trump de que os EUA irão aniquilar a Coreia do Norte caso sejam obrigados a defender a si próprios ou a seus aliados da ameaça nuclear representada por Pyongyang. Contudo, os mercados acionários não sentiram um impacto tão significativo desta nova escalada da tensão. 

Às 8h15 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,48%

*FTSE (Reino Unido) +0,21%

*DAX (Alemanha) +0,30% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,82% (fechado)

*Xangai (China) -0,15% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,25% (fechado)

*Petróleo WTI -0,10%, a US$ 50,50 o barril

*Petróleo brent +0,07%, a US$ 56,50 o barril

*Minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, -3,83%, a US$ 63,56 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -3,91%, a 467 iuanes

2. Agenda de indicadores

A agenda de indicadores não conta com grandes destaques nesta sexta-feira. Nos EUA, serão divulgados às 10h45 os dados do Markit Manufacturing e, no Brasil, atenção para o indicador de confiança do empresário industrial às 11h pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). 

Voltando aos EUA, o presidente do Federal de San Francisco, John Williams, fala em Zurique nesta manhã. Esther George, presidente do Fed de Kansas, fala às 10h30 e, por fim, Robert Kaplan, faz discurso às 14h30. Em Nova York, o ministro da Fazenda do Brasil, Henrique Meirelles, participa de mesa redonda com investidores organizada pela XP Investimentos, depois de mesa redonda organizada pelo Citigroup, e se reúne com investidores em encontro organizado pelo embaixador Cliff Sobel. 

3. Contenção de danos

Na agenda do presidente Michel Temer desta sexta-feira, constam apenas despachos internos. Contudo, ele está trabalhando para evitar uma rebelião na base após o ataque do presidente da Câmara Rodrigo Maia, conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Após Maia acusar o PMDB e o governo de dar uma “facada nas costas” do DEM em meio a disputa por parlamentares do PSB,  Temer assumiu nesta a articulação para tentar contornar a insatisfação na base. Horas depois de chegar de Nova York, onde participou da Assembleia-Geral da ONU, Temer reuniu auxiliares e disse que marcaria uma conversa com Maia para resolver o problema e conter a rebelião. 

Na noite de ontem, Maia moderou o forte tom adotado contra ministros e o partido do presidente. O presidente da Câmara afirmou que o assunto entre DEM e PMDB está encerrado e que o seu partido não vai misturar uma coisa tão grave, que é uma denúncia [contra o presidente, enviada à Câmara pelo ex-PGR Rodrigo Janot], com um problema que envolve dois partidos. Ele ainda afirmou que o Brasil precisa muito que o governo continue na linha das reformas e que a economia continue crescendo.

Falando sobre a a denúncia contra Temer, ela foi enviada à Câmara na última quinta-feira, mas só deverá iniciar a tramitação na próxima semana. A primeira ação após o recebimento da peça é a leitura em plenário, o que só pode ocorrer em sessão com quórum de, no mínimo, 51 deputados. Após essa etapa, caberá ao primeiro secretário da Câmara, deputado Giacobo (PR-PR) comunicar ao presidente sobre o recebimento da denúncia. Paralelamente, a peça segue para análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Temer, por sinal, enfrentou uma baixa importante em sua defesa: um de seus principais advogados, Antônio Mariz de Oliveira, informou ao G1 que deixará a defesa do presidente. O advogado alega que deixará a defesa do presidente por questões éticas, porque já atuou na defesa do doleiro Lúcio Funaro, e que, por isso, recebeu informações dele relacionadas à nova denúncia contra Temer.

4. De olho em 2018

Se as rusgas entre Maia e Temer tem a ver com o equilíbrio de forças para 2018, as movimentações continuam a todo vapor para definir as estratégias para a eleição do ano que vem. De acordo com a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, a cúpula do governo se movimenta para que a base aliada de Temer tenha um candidato único e que esse nome seja escolhido em conjunto e que não ficará restrita ao PSDB a decisão de lançar o governador Geraldo Alckmin ou o prefeito João Doria. No governo, a avaliação é que, se o PSDB se recusar a ouvir a opinião dos aliados, “marchará sozinho” na disputa presidencial, afirma a coluna. 

A ideia é que todos os potenciais nomes da base sejam analisados pelos 11 partidos – o que poderá incluir o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), ou o senador José Serra (PSDB-SP). Neste sentido, o Valor Econômico informa que a eventual candidatura presidencial pelo PSD de Henrique Meirelles já tem adeptos em outras legendas Centrão (PP e PR) e em alas influentes do próprio PMDB. O movimento de Meirelles, ainda cauteloso, pode ganhar musculatura caso se consolide a trajetória de recuperação da economia, mas com a retomada do emprego.

5. Noticiário corporativo

O Conselho de Administração da Rumo aprovou oferta primária de ao menos 220 milhões de ações. Sobre a Oi, a China Telecom, TPG negociam participação na companhia, segundo o Valor. Os executivos das companhias estão realizando reuniões com áreas técnicas e diretores de alto escalão da Oi. O Carrefour Brasil aprovou emitir R$ 2 bilhões em notas promissórias e o conselho elegeu Noël Prioux como diretor-presidente.

Do lado das recomendações, o Brasil Plural iniciou recomendação para Alupar e Transmissão Paulista com recomendação overweight e para Taesa com recomendação equalweight. Já a CCR foi rebaixada para market perform por Itaú BBA e a EzTec foi rebaixada de outperform para neutra pelo Bradesco BBI. A Omega Geração, por sua vez, foi iniciada com recomendação de compra pelo Santander. 

(Com Bloomberg, Agência Estado e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.