Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As incertezas sobre a reforma da previdência devem seguir pautando o noticiário nesta sexta-feira (15), com os alertas de agências de classificação de risco sobre as menores chances de aprová-la no radar. Lá fora, atenção ainda sobre as preocupações com o andamento da reforma tributária no Congresso norte-americano. Confira os destaques: 

1. Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa seguindo o tom negativo dos mercados acionários de Nova York, que ontem caíram em meio a novas preocupações com o andamento da reforma tributária no Congresso. Um inesperado obstáculo surgiu ontem quando o senador republicano Marco Rubio (Flórida) declarou que irá se opor à proposta tributária do seu partido por não incluir maiores benefícios fiscais para crianças de famílias de baixa renda. Diante disso, as votações do projeto na Câmara dos Representantes e no Senado, que eram esperadas para a próxima semana, poderão ser adiadas.

Nos últimos meses, a possibilidade de que Donald Trump conseguisse aprovar significativos cortes nos impostos vinha ajudando a sustentar o bom humor dos investidores. Ainda nesta sexta-feira, um comitê especial de deputados e senadores republicanos deverá divulgar o plano final de reforma tributária do partido.

Às 8h32 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,13%

*CAC-40 (França) -0,38%

*FTSE (Reino Unido) +0,02%

*DAX (Alemanha) -0,38%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,09% (fechado)

*Xangai (China) -0,80% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,62% (fechado)

*Petróleo WTI +0,56%, a US$ 57,36 o barril

*Petróleo brent +0,09%, a US$ 63,37 o barril

*Bitcoin US$ 17.883 +7,38% (nas últimas 24 horas) 

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,40%, a 508 iuanes (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

A agenda de indicadores está bastante fraca nesta sexta-feira. Por aqui, o único dado relevante fica por conta dos dados de serviços a serem revelados pelo IBGE às 9h. Já nos EUA, atenção para o resultado da produção industrial refente ao mês de outubro às 12h15. 

3. Reforma da Previdência

O pessimismo do mercado aumenta após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ter afirmado na tarde de ontem que a reforma da Previdência entrará em pauta só em fevereiro de 2018. Em alertas, a Fitch disse que a reforma adiada destaca risco incluído em outlook negativo e que a janela de oportunidade para reforma significativa antes de ciclo eleitoral de 2018 está se reduzindo. A Moody’s apontou ainda que o adiamento da reforma eleva preocupação com teto de gasto: “adiamento da votação da reforma da previdência é um fator de crédito negativo e indica falta de apoio político para a proposta”.

Após o anúncio, a consultoria de risco político Eurasia reduziu a chance para a aprovação da proposta de 40% para 30%: “a reforma da Previdência permanece possível e não está descartada, mas incapacidade do governo de aprová-la antes do fim de 2017 certamente significa que o caminho adiante agora parece mais difícil. Aprovar uma reforma impopular é sempre difícil e, com proximidade de eleição, legisladores se tornam ainda mais avessos ao risco de votar medidas como a Previdência”, apontam. Além disso, o fracasso do governo em votar reforma em dezembro sugere que número de votos contrários à reforma dentro da coalizão pode ser muito elevado para que os 308 votos sejam atingidos. Desta forma, agora, apenas uma estratégia de comunicação muito eficaz, que altere substancialmente a opinião pública sobre o tema, pode virar o jogo no Congresso em ano eleitoral.

Vale destacar ainda que, segundo a Folha, o governo decidiu flexibilizar ainda mais a proposta de reforma da Previdência para aprová-la, aliviando a transição para servidor e reduzindo idade para mulheres. De qualquer forma, contrariando o discurso otimista do governo, as lideranças de partidos da base aliada confirmam as análises de economistas e cientistas políticos e avaliam que o adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro de 2018 reduz as chances de aprovação da proposta.

4. Eleições de 2018

Nova pesquisa eleitoral do DataPoder360 mostrou que, se as eleições fossem hoje, Luiz Inácio Lula da Silva seria o vencedor no primeiro e segundo turnos. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 11 de dezembro com 2.210 pessoas em 177 cidades e tem uma margem de erro de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Em primeiro levantamento em que faz simulação para o segundo turno, o DataPoder360 aponta o desempenho quase idêntico dos pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC), ambos perdendo para Lula.  O governador paulista perderia para Lula por 41% a 28%, enquanto o deputado teria 30% das intenções de voto, ante 41% do petista.  Ao olhar para intenção de voto estimulada a presidente, Lula tem 29,9%, Bolsonaro possui 21,7%, a ex-senadora Marina Silva 10%, enquanto Alckmin tem 8% e Ciro Gomes (PDT) 6%. 

Já em um cenário sem Lula, Bolsonaro continua como líder absoluto, com 23% das intenções de voto, tendo estabilizado neste patamar deste outubro. Ciro Gomes, que chegou a ter 14% em outubro, tem agora 10% das intenções de voto em dezembro. Marina Silva também tem 10%, Alckmin tem 7% e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) aparece com 5%. No cenário sem o ex-presidente petista, o percentual de “não voto” (indecisos, brancos, nulos e “não sabe”) dispara e vai a 46%, ante 26% se Lula está na lista. Ao olhar para o potencial de voto dos candidatos, a pesquisa mostrou que a maior rejeição combinada com o menor percentual de voto cristalizado é de Alckmin, com só 8% dizendo que votariam “com certeza” no tucano e 62% declarando que não votariam nele “de jeito nenhum”. No caso de Lula, 29% de eleitores dizem que poderiam votar nele com certeza, enquanto possui uma rejeição de 46%. Já Bolsonaro tem 21% de intenção de voto real e 50% de rejeição.

Ainda sobre o cenário eleitoral, ontem, em entrevista à rádio Band FM, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles repetiu que vai decidir sobre se candidatura até março. Já o Estadão informa que um grupo do DEM quer aproveitar o palanque de filiação do deputado federal Danilo Fortes, que oficializa hoje o ingresso na sigla, para lançar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, como candidato do centro à Presidência da República.

5. Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário, está a estreia da BR Distribuidora na bolsa, enquanto o Burger King Brasil precificou a ação a R$ 18 em IPO, no topo da estimativa. A Vale aprovou pagamento antecipado JCP de R$ 2,18 bilhões, a Telefônica aprovou R$ 1,49 bilhão em juros sobre capital próprio. Já no radar de recomendações, o Santander fez uma revisão do setor elétrico: a Eletrobras foi rebaixada para ‘underperform’, Transmissão Paulista elevada para ‘compra’, enquanto a Eneva foi iniciada como ‘compra’ pelo banco.

(Com Agência Estado e Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.