Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta segunda-feira

Previdência, Brexit e shutdown dos EUA concentram as atenções dos investidores nesta semana

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A proposta da reforma da Previdência tem sido o fiel da balança para os negócios no mercado financeiro brasileiro e deve seguir nesse ritmo nesta semana. No exterior, o Brexit e o shutdown dos EUA, que já é o maior da história, ganha o centro das atenções lá fora e pode pesar no humor por aqui. 

Outro tema importante que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já confirmou para a próxima semana, é o decreto tornando mais fácil a aquisição e a posse de armas por cidadãos comuns, uma das principais promessas de campanha de Jair Bolsonaro.

Veja no que ficar de olho nesta segunda-feira (14):

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1. Bolsas mundiais

Os índices das bolsas asiáticas encerraram em queda com os investidores repercutindo negativamente os dados da balança comercial da China. As importações e as exportações mostraram queda inesperada, de 4,4% e 7,6%, respectivamente, no maior tombo mensal em dois anos. Ainda assim, e em meio a guerra comercial, o superávit comercial da China ante os Estados Unidos cresceu 17%. 

Os números da China preocupam porque não são apenas o retrovisor das transações comerciais, mas tendem a persistir uma vez que o recuo está ligado à desaceleração do crescimento global das economias e à guerra comercial, que segue sem solução. 

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou que a próxima rodada de negociações comerciais com a China provavelmente ocorrerá ainda em janeiro, e apontou haver expectativa de que o vice-premiê do país asiático, Liu He, lidere uma delegação a Washington “mais adiante neste mês”.

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O desapontamento com os números chineses afeta também as bolsas na Europa, que recuam, com destaque para os papéis da Pandora, que mergulham até 7% após o Morgan Stanley cortar o preço-alvo da empresa.

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Os receios com o Brexit também pesam no humor dos investidores. O acordo proposto pela primeira ministra britânica Theresa May deve ser votado no parlamento na terça-feira (15) e é esperada uma grande derrota, uma vez que há críticas por todos os lados – com oposição e pró-europeus pedindo novo referendo – e o acordo proposto é impopular. 

Os índices futuros em Wall Street também operam em queda em meio aos receios com o Brexit, o “shutdown” e a desaceleração das economias evidenciada pelos números da balança comercial chinesa. 

A paralisação do governo dos Estados Unidos, chamada de “shutdown”, chegou nesta segunda-feira (14) ao seu 24º dia, se tornando o maior da história do país. Os serviços e atividades governamentais estão suspensos desde o dia 22 de dezembro porque o orçamento deste ano não foi aprovado.

O problema ocorre porque o presidente Donald Trump quer que um projeto que destina mais de US$ 5 bilhões para financiar a construção do muro entre o México e os EUA entre no orçamento. Por outro lado, os democratas não aceitam esta despesa e defendem que é necessário reforçar a segurança da fronteira e não construir um muro.

Trump tem batido o pé e já disse estar preparado para que a paralisação dure “meses ou até anos” se precisar. Do outro lado, os democratas também estão se mostrando inflexíveis sobre o orçamento, o que sinaliza que o “shutdown” pode realmente durar bastante.

A questão é que isso tende a afetar cada vez mais a economia norte-americana. Nesta quarta, a agência de rating Fitch afirmou que pode até cortar a nota AAA dos EUA se esta questão se estender demais. 

Os preços do petróleo voltam a cair abaixo de US$ 60 repercutindo os dados fracos da China. O segundo dia de queda seguido está ligado também às incertezas sobre o corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para compensar o aumento nos Estados Unidos. 

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 8h01 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,84%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,83%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,99%

*DAX (Alemanha) -0,59%

*FTSE (Reino Unido) -0,51%

*CAC-40 (França) -0,69%

*FTSE MIB (Itália) -0,97%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,38% (fechado)

*Xangai (China) -0,71% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,97% (fechado)

*Petróleo WTI -1,22%, a US$ 50,96 o barril

*Petróleo brent -1,31%, a US$ 59,69 o barril

*Bitcoin US$ 3.544 -1,00%
R$ 13.448 -2,23% (nas últimas 24 horas)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,98%, a 513,00 iuanes (nas últimas 24 horas) 

2. Reforma da Previdência

A proposta de reforma da Previdência que deve ser apresentada ao presidente Jair Bolsonaro deve gerar em 10 anos uma economia superior ao texto original que o ex-presidente Michel Temer apresentou ao Congresso no fim de 2016, que estava calculada em R$ 802,3 bilhões, segundo o jornal Valor Econômico. A economia pode chegar na casa do trilhão, mas ainda depende dos ajustes que serão feitos até a próxima semana, quando a versão negociada com a Casa Civil será levada a Bolsonaro.

A proposta em finalização se aproxima mais da ideia apresentada pelo grupo coordenado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, levando em consideração também o texto de Temer que foi aprovado na Comissão Especial da Câmara em 2017. Outras propostas também estão sendo consideradas na construção do texto a ser apresentado ao presidente.

No meio do caminho, há pressão de diversas categorias para que tenham tratamento diferenciado na reforma, com destaque para os militares. Como a categoria é responsável por grande déficit na aposentadoria, uma exceção para esses profissionais desagradará ao mercado e abrirá brechas para que outros setores pressionem por regras diferentes para sua previdência. 

3. Agenda econômica da semana

Na cena doméstica, a semana promete ser tranquila. O grande destaque fica para o IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central), considerado uma prévia do PIB, que segundo a GO Associados deve ter leve avanço de 0,2% no mês, com o acumulado de 12 meses ficando em 2%.

No exterior, o grande evento ocorre na terça-feira (15), no Reino Unido, com a votação do acordo do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. A primeira-ministra Thereza May já está negociando com o Parlamento um plano B diante do alto risco de atual plano ser derrotado.

Nos últimos dias, inclusive, cresceu no mercado as especulações de que a saída definitiva, marcada par dia 29 de março, pode ser adiada por conta da falta de um acordo.

Ainda na Europa, a bateria de indicadores começa na segunda -feira (7), com os dados do comércio na zona do Euro e das encomendas à indústria na Alemanha, um indicador antecedente importante para o desempenho da principal economia do continente. O país ainda apresenta os números da produção industrial na terça-feira, além da balança comercial, que também terá seu dado da União Europeia divulgado.

Vale ainda ficar atento ao desenrolar das discussões entre Estados Unidos e China sobre a guerra comercial. Sobre o gigante asiático a semana conta ainda com os números da balança comercial de dezembro, na terça-feira, os índices de preços ao produtor e ao consumidor e o dado do PIB do ultimo trimestre de 2018, na quarta-feira.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

4. Noticiário político 

A semana deve ser marcada por medidas provisórias e decretos, com Jair Bolsonaro mostrando a força de sua caneta, como já havia avisado em sua campanha eleitoral. 

O presidente deve assinar uma medida provisória que visa a diminuir de R$ 17 bilhões a R$ 20 bilhões as perdas na seguridade social até dezembro. O secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, esteve reunido com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na semana passada, para tratar do texto que promete fechar o cerco às fraudes em benefícios previdenciários.

Bolsonaro também deve assinar decreto que trata da flexibilização da posse de armas no país. Facilitar o acesso do cidadão à arma de fogo foi uma das principais propostas de Bolsonaro durante a campanha eleitoral. 

As duas propostas passaram os últimos dias em fase de ajustes finais pela equipe técnica do governo e chegarão à mesa de Bolsonaro esta semana.

Políticos que conversaram com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma da Previdência disseram ao jornal O Estado de S. Paulo tê-lo avisado de que o governo só terá sucesso nessa empreitada se encontrar um caminho para dialogar com o Congresso.

Uma vez que a promessa de Bolsonaro é abandonar o toma lá, dá cá, que consiste na troca de voto por cargos e liberação de emendas, qual será o modelo de negociação do governo com congressistas? Um senador que esteve com Guedes resume: Até se descobrir o novo caminho, todo mundo ficará de braços cruzados.

Um dos caminhos do governo para não ficar refém do Congresso é buscar apoio popular. A ideia é aproveitar a notoriedade do presidente nas redes sociais para convencer os eleitores a cobrarem dos congressistas a votação de propostas.

5. Noticiário corporativo

>> A Petrobras ganhou a reintegração de um decreto presidencial facilitando a venda de ativos, o que pode ajudar a avançar os planos do presidente Roberto Castello Branco para aumentar o lucro da petrolífera.

O presidente do STF Dias Toffoli anulou uma liminar em 19 de dezembro que suspendeu uma decisão do ex-presidente Michel Temer para permitir vendas sem licitação de campos de petróleo. A decisão anterior por parte do ministro Marco Aurelio Mello, a pedido do Partido dos Trabalhadores, dizia que o Congresso deveria legislar sobre as licitações e contratos da Petrobras.

O plenário do Supremo decidirá sobre o caso em 27 de fevereiro, de acordo com uma declaração da Suprema Corte.

Também no radar da estatal, a Petrobras elevou em 2,49% o preço do diesel nas refinarias na última sexta-feira (11), de R$ 1,9009 para R$ 1,9484. O preço da gasolina, por sua vez, foi mantido em R$ 1,4624.

>> O Conselho de Administração da Embraer realizou reunião extraordinária na sexta-feira (1) e autorizou a diretoria da empresa a adotar todas as ações necessárias para a continuidade da combinação de negócios com a Boeing. A autorização concedida prevê, após o aval dos acionistas, a transferência para a nova sociedade do chamado “acervo líquido” da Embraer, que é composto pelos ativos, passivos, bens, direitos e obrigações referentes à unidade de negócio de aviação comercial da brasileira.

>> Henrique Meirelles, secretário estadual de Fazenda de São Paulo, disse na sexta-feira que espera concluir ainda em 2019 a capitalização ou privatização da Sabesp. A escolha vai depender da transformação ou não em lei do marco legal do setor de saneamento básico, editada pelo ex-presidente Michel Temer no ano passado.

Segundo Meirelles, uma eventual privatização da Sabesp deve render mais de R$ 10 bilhões ao governo paulista. “Se for privatização [o volume da operação será de], dois dígitos provavelmente”, disse. No caso da capitalização, o valor arrecadado pode chegar em R$ 5 bilhões.

>> O conselho da Oi aprovou a emissão de R$ 1,90 bilhão em ações para o aumento de capital da companhia. Foram subscritas 1,53 milhões de ações ao preço de emissão de R$ 1,24 cada uma.

>> As ações da Usiminas, antes classificadas como ‘outperform’ foram rebaixadas a ‘market perform’ pelos analistas do Itaú BBA. O preço-alvo, por sua vez, foram elevados de R$ 11 para R$ 12, o que totaliza um potencial de alta de 18% em relação ao último fechamento.

>> O Itaú BBA iniciou a cobertura de Hapvida com a recomendação de ‘outperform’ e preço-alvo de R$ 37 por ação, o que implica em um upside de 18%. 

>> Os analistas do Credit Suisse elevaram a recomendação dos papéis de MRV de ‘neutra’ a ‘outperform’, elevando também o preço-alvo de R$ 12,80 para R$ 17,50, o que implica em um potencial de alta de 31% em relação ao último fechamento.

“Há dois principais fatores que nos dão a confiança de que seu ritmo saudável de crescimento continuará: i) seus ganhos de market share persistentes em relação a seus concorrentes; e ii) a potencial recuperação da base de associados privados de saúde, principalmente no segmento corporativo. Além disso, acreditamos que a Hapvida possa ter um prêmio de valuation devido à sua posição clara como um consolidador da indústria”, escrevem os analistas.

>> Também o Credit Suisse rebaixou de ‘outperform’ para ‘neutra’ a recomendação para os papéis de Tenda. O preço-alvo, por sua vez, foi elevado de R$ 34 para R$ 39, o que implica em um potencial de alta de 15%.

>> O Bradesco reduzirá o número de vice-presidentes de 6 para 4; as mudanças serão anunciadas hoje. O foco das novas vice-presidências serão os segmentos de varejo, atacado, alta renda e operações e tecnologia.

Segundo o jornal o Estado de S.Paulo, as mudanças visam levar o Bradesco a recuperar o posto de 2º banco mais rentável do país entre as grandes instituições de varejo.

>> O conselho da Sanepar decidiu destituir o presidente e diretores da companhia a partir desta segunda-feira, e elegeu Cláudio Stabile como novo diretor-presidente. Com a decisão, o cargo de diretor financeiro e de mais duas diretorias permanecem vagos pelo prazo de 30 dias ou até que ocorra a eleição.

>> De acordo com o jornal Valor Econômico, o Ministério da Agricultura suspendeu as operações do abatedouro de frango da Seara Alimentos, subsidiária da JBS, em Itapetininga (SP). O motivo ainda não foi divulgado. Segundo a empresa, as atividades devem ser retomadas nos próximos dias.

>> A BR Distribuidora recebeu uma parcela de negociação com a Eletrobras e suas distribuidoras no valor de R$ 53,1 milhões. Até o momento, a companhia já recebeu R$ 1,66 bilhão dos instrumentos de confissão de dívidas (ICDs).

>> A BR Properties anunciou a venda de três edifícios comerciais localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro ao fundo imobiliário UBS (BR) Offiice. Segundo a companhia, o valor total é de R$ 394 milhões, que será pago quando superadas as condições resolutivas.

“Vemos o anúncio positivo para a BR Properties, uma vez que calculamos uma taxa de saída estabilizada de 8,6% para a transação. Além disso, o acordo, se confirmado, ressaltaria a estratégia de rotatividade do portfólio da BR Properties e ajudaria a empresa a se desalavancar”, escrevem os analistas do Itaú BBA.

>> A Cyrela registrou no quarto trimestre um aumento de 94,6% nas vendas líquidas em relação ao mesmo período do ano anterior. A companhia encerrou o trimestre com um volume de lançamentos de R$ 2,71 bilhões, 113,1% superior ao realizado no quarto trimestre de 2017. No ano, as vendas atingiram um volume de R$ 5,06 bilhões, 55,1% superiores ao mesmo período do ano anterior.

Na opinião do Itaú BBA, os resultados robustos e são uma boa notícia para a companhia. “Embora reconheçamos que a empresa tem uma quantidade decente de espaço para reduções de capital e que a sólida performance na frente operacional poderia levar a algumas revisões para cima nas estimativas, estamos mantendo nossa postura mais neutra sobre o papel baseado em um IRR pouco atraente sobre os dividendos da Cyrela a preços correntes; e o fato de que o valuation atual da empresa já incorpora uma robusta recuperação dos lucros à frente”, escrevem os analistas.

>> O Cade aprovou sem restrições a compra de fatia em quatro transmissoras pela Taesa: São Pedro Transmissora de Energia, São João Transmissora de Energia, Triângulo Mineiro Transmissora e Vale do São Bartolomeu Transmissora.

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(Com Agência Estado e Agência Brasil)

 

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