Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta segunda-feira

Fórum de Davos, PIB da China, feriado nos Estados Unidos e polêmica com filho de Bolsonaro estão no radar dos investidores

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A semana começa com expectativas em relação à primeira participação do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial de Davos, entre terça-feira (22) e sexta-feira (25). O evento reúne a elite econômica e política do planeta e será a grande oportunidade para Bolsonaro apresentar seus projetos para os estrangeiros.

O mercado também segue à espera de detalhes sobre a reforma da Previdência, suja proposta já foi entregue ao presidente, segundo seu vice, o general Hamilton Mourão. 

Com o presidente fora do país, seus aliados terão que lidar com os impactos negativos das polêmicas relacionadas a Flávio Bolsonaro no governo. Investigações de cifras milionárias envolvendo o senador eleito respingam no mandato de seu pai e oposição já estuda propor uma CPI.

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Vale lembrar que o pregão promete uma liquidez menor que a média recente devido ao fechamento das bolsas em Wall Street pelo Dia de Martin Luther King. Por aqui, o dia é de vencimento de opções sobre ações na B3.

Veja no que ficar de olho nesta segunda-feira (21):

1. Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas encerraram em alta com as expectativas de crescimento da China em linha com o ano passado, embora a alta, de 6,6%, seja a menor em 28 anos. 

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Apesar de em linha com as expectativas do mercado, o fraco crescimento chinês desanima as bolsas na Europa, que operam em queda também de olho no desfecho do Brexit. A primeira-ministra britânica, Theresa May, deve voltar hoje (21) ao Parlamento para apresentar um “plano B” para o Brexit. Nos últimos dias, ela intensificou as conversas com os parlamentares em busca de consenso para aprovar a alternativa.

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As bolsas nos Estados Unidos ficarão fechadas devido ao feriado pelo Dia de Martin Luther King. No sábado (19), o presidente Donald Trump propôs um plano que será enviado ao Congresso para tentar acabar com o shutdown. A paralisação parcial do governo norte-americano chega ao seu 31º dia, a maior da história.

Os preços do petróleo recuam com a desaceleração da economia chinesa.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 8h01 (horário de Brasília):

*DAX (Alemanha) -0,51%

*FTSE (Reino Unido) +0,13%

*CAC-40 (França) -0,21%

*FTSE MIB (Itália) -0,68%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,39% (fechado)

*Xangai (China) +0,56% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,26% (fechado)

*Petróleo WTI -0,41%, a US$ 53,58 o barril

*Petróleo brent -0,43%, a US$ 62,43 o barril

*Bitcoin US$ 3.526 -4,34%
R$ 13.580 -3,34% (nas últimas 24 horas)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,11%, a 533,00 iuanes (nas últimas 24 horas) 

2. Reforma da Previdência

O secretário de Previdência Social do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que o governo pretende apresentar a reforma da Previdência no plenário da Câmara na segunda semana de fevereiro. Para isso, a estratégia é usar o texto que já está na Casa e propor os ajustes através de uma emenda, evitando que a medida seja novamente discutida por comissões.

A incerteza sobre como os militares se encaixarão no novo texto permanece. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu que os militares fiquem de fora da reforma da Previdência. O mercado financeiro teme que a abertura de concessões para alguns trabalhadores diminua o impacto da reforma nas contas públicas e prejudique a reorganização da política fiscal. 

Lorenzoni afirmou, em entrevista ao SBT gravada e transmitida na noite de sábado (19), que a intenção do novo governo é não desidratar a reforma como ocorreu como o texto no governo de Michel Temer. 

O ministro disse que o Congresso vai fazer ajustes no texto, mas não tem “margem muito grande” para estes ajustes. A reforma da Previdência é importante para garantir “previsibilidade” ao investidor, local ou estrangeiro, que queiram aportar recursos no Brasil, afirmou Onyx Lorenzoni.

Embora a proposta de reforma da Previdência já tenha sido entregue pela equipe econômica ao presidente Jair Bolsonaro, o custo das aposentadorias e pensões dos militares da Aeronáutica, Marinha e do Exército é ainda uma caixa-preta dentro do governo.

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O Ministério da Defesa não fornece todos os dados sobre a aposentadoria dos militares para a equipe econômica calcular o peso desses benefícios para as contas públicas no longo prazo. Nos bastidores, alegam que as restrições se devem a questões de segurança nacional e não informam, por exemplo, o número de militares que vão para a reserva e os que serão reformados. O militar na reserva segue à disposição das Forças Armadas enquanto o militar reformado está definitivamente afastado ou aposentado.

Essa conta é importante para planejar a evolução não só das despesas, mas também da dívida pública brasileira. O Tribunal de Contas da União (TCU) quer que as Forças Armadas calculem o chamado “déficit atuarial”, que apontará a projeção de despesas com os militares inativos no longo prazo.

Entre 2017 e 2018, o déficit na previdência dos militares foi o que mais cresceu na comparação com o rombo no regime dos servidores públicos da União e do INSS: passou de R$ 35,9 bilhões para R$ 40,5 bilhões.

3. Agenda econômica da semana

Na agenda de indicadores, a semana será tranquila, com o destaque ficando para o IPCA-15 de janeiro, que será divulgado na quarta-feira (23). Para os analistas da GO Associados, o dado de inflação deve mostrar alta de 0,39%, levando o acumulado de 12 meses para 3,86%. Na semana ainda saem as sondagens da indústria, da CNI, e do comércio e consumidor, da FGV, com expectativas para a economia do país.

A bolsa brasileira não abre na sexta-feira (25) devido ao feriado de aniversário da cidade de São Paulo.

Nos Estados Unidos, os investidores ficarão atentos às publicações da balança comercial de novembro na segunda-feira (21), às vendas do comércio de dezembro, na terça-feira (22), às sondagens PMI de atividade dos setores industriais e de serviços de janeiro na quinta-feira (24) e aos dados dos pedidos de bens duráveis na sexta-feira (25).

Os investidores seguem “divididos” entre EUA e Reino Unido. No primeiro, as atenções ficam para a continuidade do “shutdown” (que ainda não tem pesado no mercado) e as negociações com a China após boatos recentes que o presidente Trump estaria disposto a aliviar as taxas para produtos chineses.

Enquanto isso, os britânicos seguem em sua crise política após a derrota de Theresa May no Parlamento na votação do acordo do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). Ela deve apresentar até hoje (21) um novo projeto, mas tem tido dificuldade em conseguir negociar com a oposição. No atual cenário, o governo precisa correr para aprovar um acordo ou adiar o prazo, de 29 de março, para o Brexit.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

4. Noticiário político 

As polêmicas em torno do presidente Jair Bolsonaro e sua família continuam no radar. Na noite de sexta-feira, o Jornal Nacional, da TV Globo, revelou que o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) recebeu R$ 96 mil em um período de cinco dias, entre junho e julho de 2017. Segundo a reportagem, foram 48 depósitos no valor de R$ 2 mil, realizados em espécie no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Em entrevista à TV Record, Flávio Bolsonaro disse que o pagamento do título bancário se refere à negociação imobiliária. Ele levou papéis, mas não quis mostrá-los, afirmando que a imprensa não é o foro adequado para esse tipo de esclarecimento. Ele afirmou que os depósitos foram fracionados em R$ 2.000 porque esse era o limite aceito no caixa eletrônico. No Itaú, único banco no qual o senador eleito tem conta declarada, o limite para depósito em espécie no caixa eletrônico é de fato R$ 2.000. Na Alerj, onde foram feitos os depósitos, há um autoatendimento do Itaú, informa o jornal Folha de S. Paulo. 

Documentos obtidos em cartórios mostram que Flávio Bolsonaro registrou de 2014 a 2017 a aquisição de dois apartamentos em bairros nobres do Rio de Janeiro, ao custo informado de R$ 4,2 milhões, informa a Folha. Em parte das transações, o valor declarado pelos compradores e vendedores é menor do que aquele usado pela prefeitura para cobrança de impostos.

No período informado, Flávio era deputado estadual do Rio de Janeiro e tinha salário de R$ 25,3 mil brutos. Na entrevista à Record, o filho de Bolsonaro disse que o salário de deputado é a menor parte de seus rendimentos. O maior volume viria da atividade empresarial, mas ele não informou qual seria o negócio.

Diante das polêmicas envolvendo o filho do presidente, a oposição já discute a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para aprofundar a investigação do caso do ex-motorista Fabrício Queiroz, que trabalhou até o ano passado para o gabinete de Flávio Bolsonaro. Em dezembro, o presidente admitiu ter feito um empréstimo de R$ 40 mil ao ex-assessor do filho, sem declarar a operação à Receita. O PT tratará do assunto em reunião nesta segunda (21), segundo a Folha de S. Paulo. 

No âmbito fiscal, o setor de serviços defende que a nova desoneração da folha de pagamentos seja compensada por um tributo que incida sobre as movimentações financeiras, nos moldes do antigo “imposto do cheque”. Uma proposta da CNS (Confederação Nacional dos Serviços) foi entregue ao secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, que já disse que a redução dos encargos sobre a folha de salários será a prioridade do órgão.

A entidade propõe que a contribuição patronal ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – cuja alíquota chega a até 20% sobre a remuneração dos empregados – seja zerada e substituída por uma Contribuição Previdenciária sobre Movimentação Financeira.

 

5. Noticiário corporativo

>> A Localiza anunciou na sexta-feira a intenção de realizar uma oferta pública primária de cerca 46 milhões de ações, que pode ser acrescida em até 20% (ou 9,2 milhões de ações). Ao considerar o preço de fechamento do dia do anúncio de R$ 31,18 por ação, a oferta seria de cerca de R$ 1,434 bilhão e, considerando o lote adicional, poderia chegar a até R$ 1,721 bilhão. A precificação está prevista para ocorrer no dia 31.

Os recursos da oferta serão destinados à expansão do negócio por meio do investimento em frota, inovações, melhorias e reforço do capital de giro, aponta o comunicado da companhia. 

>> A Petrobras pagou cerca de R$ 35 bilhões antecipadamente ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nos últimos três anos. Assim, reduziu o compromisso com o banco público de R$ 58 bilhões no fim de 2015 para R$ 10 bilhões no fim do ano passado. Além do que foi antecipado desde 2015, a petroleira ainda pagou cerca de R$ 13 bilhões dentro do prazo de vencimento. A expectativa, segundo a empresa, é que novos pré-pagamentos aconteçam ao longo deste ano.

Ainda no radar da estatal, de acordo com o site especializado Brasil Energia, a venda da TAG pode ter uma conclusão rápida, podendo ocorrer até abril ou antes. Isso porque, quando ocorreu a paralisação da alienação, o desinvestimento já estava mais ou menos encaminhado. O STJ liberou nesta semana a venda do ativo. A tendência é que a rede de transporte seja negociada para a Engie. 

>> A Cosan informou na sexta-feira que lançará uma OPA, oferta pública voluntária para aquisição de ações preferenciais classe “A”, de emissão da sua controlada Comgás por R$ 82 por ação.[

O Conselho da Cosan aprovou empréstimo de R$ 1,7 bilhão para a compra dos papéis e acordo com Alaska Investimentos para comprar suas ações na Comgás.

>> A Lojas Americanas aumentou de R$ 650 milhões para R$ 1 bilhão a 13ª emissão debêntures, segundo comunicado. A companhia também aumentou para 100.000 o número de debêntures que serão ofertadas.

>> A Estácio aprovou a 5ª emissão de R$ 600 milhões em debêntures. A emissão de debêntures não conversíveis em ações será em até duas séries, segundo comunicado. A data de emissão é 15 de fevereiro de 2019. A 1ª série terá prazo de 3 anos e a 2ª série terá prazo de 5 anos.

A Estácio diz que usará os recursos no resgate antecipado obrigatório da totalidade das notas promissórias comerciais da 2ª emissão.

 

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

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