Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta segunda-feira

Trégua entre EUA e China anima as bolsas ao redor do mundo e deve contaminar investidor doméstico com otimismo

Weruska Goeking

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A semana começa com a influência positiva do cenário externo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir prorrogar a trégua para aplicar tarifas adicionais à China, garantindo mais tempo para que as duas maiores economias do mundo fechem um acordo comercial. A notícia impulsiona as bolsas na Europa, Ásia e os índices futuros em Wall Street. 

Ontem à noite, Trump publicou em seu Twitter oficial que decidiu adiar a elevação de tarifas de Washington sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, prevista para 2 de março, após os “progressos substanciais” que norte-americanos e chineses fizeram nas negociações comerciais das últimas semanas. Na prática, Trump prorrogou o prazo da trégua de 90 dias, que venceria em 1º de março, para que EUA e China chegassem a um pacto comercial.

No cenário doméstico, após a tão aguardada entrega do projeto da reforma da Previdência, o mercado passa agora a acompanhar de perto as conversas e o andamento da proposta no Congresso. O secretário especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que a mudança na aposentadoria dos militares pode ser antecipada, o que poderia evitar atraso da emenda. Do outro lado, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, alertou que governo está perdendo a batalha da comunicação e passou expectativa de votação da reforma para junho

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Veja no que ficar de olho nesta segunda-feira (25):

1. Bolsas mundiais

As bolsas dos Estados Unidos apontam para uma abertura em alta após o governo Trump adiar o prazo para a imposição de tarifas aos produtos chineses. A última rodada de discussões comerciais, em Washington, acabou se estendendo para o fim de semana à medida que ambos os lados relataram avanços no sentido de reduzir suas divergências. Na semana passada, surgiram relatos de que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, poderão se encontrar para finalizar um eventual acordo comercial no fim de março, na Flórida.

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O otimismo ajuda a impulsionar também as bolsas na Europa e as bolsas asiáticas fecharam em alta, lideradas pelos mercados chineses, que saltaram mais de 5%, registrando o maior ganho em um único pregão desde julho de 2015. 

No mercado de commodities, os preços do petróleo operam em leve alta pelo otimismo com China e Estados Unidos, enquanto o minério de ferro cai mais de 1% no mercado futuro de Dalian, na China, com os estoques elevados.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 8h09 (horário de Brasília):

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*S&P 500 Futuro (EUA) +0,47%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,62%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,62%

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*DAX (Alemanha) +0,39%

*FTSE (Reino Unido) +0,25%

*CAC-40 (França) +0,40%

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*FTSE MIB (Itália) +0,90%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,50% (fechado)

*Xangai (China) +5,60% (fechado)

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*Nikkei (Japão) +0,48% (fechado)

*Petróleo WTI +0,24%, a US$ 57,40 o barril

*Petróleo brent -0,07%, a US$ 67,07 o barril

*Bitcoin US$ 3.782 -8,39%
R$ 14.401 -6,61% (nas últimas 24 horas)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,40%, a 598,50 iuanes (nas últimas 24 horas) 

2. Reforma da Previdência 

A tramitação da PEC da Previdência já começa problemática uma vez que só deve começar a ser analisada quando forem definidos os cargos das comissões da Câmara, em especial da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o que pode ocorrer nesta semana. Com isso, se os deputados forem rápidos, a reforma pode começar a caminhar logo depois do carnaval.

A PEC terá que passar pelo crivo da comissão para ter sua admissibilidade atestada. Somente depois disso, será possível instalar a comissão especial que analisará o texto da reforma, para que então ela vá para o plenário da Câmara, onde passa por dois turnos de votações antes de ir para o Senado.

Na Câmara, o caminho não parece tão livre. Principal articulador da reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avalia que a proposta da Previdência está perdendo a batalha da comunicação, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

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Os grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais estão silenciosos desde que o projeto foi divulgado, enquanto os militantes da oposição batem em dois pontos que Maia tinha aconselhado o governo a deixar de fora para não contaminar o debate: a redução no benefício de prestação continuada (BPC) para idosos miseráveis e a aposentadoria do trabalhador rural.

A comunicação se mostra um grande desafio para o governo Bolsonaro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente tem sido criticado por aliados e até por integrantes de seu partido, o PSL, por adotar tom de campanha nos pronunciamentos. Quase dois meses depois de tomar posse, Bolsonaro ainda não tem uma estratégia desenhada para a comunicação do governo. 

3. Agenda econômica 

A agenda é esvaziada no mercado doméstico. Nos Estados Unidos serão divulgados dados de atividade de Chicago e Dallas. O vice-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Richard Clarida, fala às 13h (de Brasília).

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

4. Noticiário político

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ocultou da Justiça Eleitoral a posse de imóveis durante quase toda a sua carreira política iniciada no final dos anos 1990, em Macapá. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. Levantamento de escrituras e registros no único cartório de imóveis e nos três cartórios de notas da capital do Amapá mostram um cenário bem diverso do que o político, por obrigação legal, tornou público a cada eleição.

O artigo 350 do Código Eleitoral define como crime “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”. A pena é de até cinco anos de prisão e multa.

As fronteiras entre Brasil e Venezuela permanecem fechadas e, em uma demonstração de força, o contestado presidente Nicolás Maduro impediu a entrada de doações de alimento e remédios enviados pelos Estados Unidos. Houve confronto na cidade de Pacaraima, em Roraima. 

5. Noticiário corporativo

>> A Petrobras informou que cerca de 188 metros cúbicos de óleo foram derramados na plataforma P-58, na Bacia dos Campos, durante uma transferência para um navio aliviador na madrugada do dia 23 de fevereiro. O processo de transferência foi interrompido imediatamente, não há vítimas nem impacto para a operação, disse a companhia. A P-58 está localizada no litoral sul do estado do Espírito Santo e a companhia disse que não há risco de o óleo atingir a costa, que fica a 80 quilômetros de distância.

No mês de janeiro, a produção total de petróleo e gás foi de 2,61 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), sendo 2,54 milhões boed produzidos no Brasil e 73 mil boed no exterior.

A produção total operada da Petrobras foi de 3,27 milhões boed, uma queda em relação ao mês anterior por conta de manutenções em diversas plataformas.

Também no radar de Petrobras, a companhia elevou na última sexta-feira (22) o preço médio do diesel em 3,5% nas refinarias. Com isso, o preço do litro do diesel passará de R$ 2,0505 para R$ 2,1224. A gasolina, por sua vez, permanece em R$ 1,6538.

>> O juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo, concedeu liminar na última sexta-feira (22) suspendendo a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Embraer que aconteceria na próxima terça-feira (26) para analisar a operação com a Boeing.

A liminar se baseia em ação civil pública ajuizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, Sindicato dos Metalúrgicos de Araraquara e Américo Brasiliense, Sindicato dos metalúrgicos de Botucatu e região e Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).

O juiz lembra que o conselho de administração da companhia ratificou a operação no dia 17 de dezembro do ano passado e afirma que a liminar vai ocorrer até que “irregularidades legais” apontadas sejam esclarecidas.

Em comunicado, a Embraer afirmou que buscará os recursos cabíveis para manter a realização da AGE na data para a qual os acionistas foram convocados.

>> A Vale informou que vai manter por um ano, ou até que seja fechado um acordo definitivo de indenização, o pagamento dos salários de todos os empregados próprios e terceirizados que faleceram devido ao rompimento da Barragem I na mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

Além disso, a empresa se comprometeu a só transferir empregados após uma prévia consulta e concordância do trabalhador e do sindicato. As medidas serão somadas àquelas anunciadas previamente pela Vale.

>> O conselho diretor do Banco do Brasil aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 435 milhões relativos ao primeiro trimestre de 2019. Os JCP serão pagos em 29 de março e terão como base a posição acionária de 11 de março, sendo as transferências de ações a partir de 12 de março efetuadas “ex-juros”.

>> A Marcopolo informou que não pagará dividendos complementares. Segundo a companhia, a suspensão deve-se em função da otimização de plantas, que prevê investimentos relacionados ao encerramento das operações da fábrica de Planalto e conclusão do novo Centro de Fabricações.

Além disso, a Marcopolo afirma que os últimos juros sobre o capital próprio (JCP) pagos em 1º de fevereiro representaram 44,40% do lucro líquido do exercício 2018, superando o valor mínimo legal de 25%.

>> O Grupo Pão de Açúcar realiza nesta segunda-feira (25) o leilão de venda das ações da Via Varejo na B3. Em pouco menos de dois meses, o Pão de Açúcar terá se desfeito na bolsa de quase 7% do capital de VVAR3.

Vale ressaltar que, na última quinta-feira, dia do anúncio do leilão, as ações VVAR3 registraram baixa de mais de 10%. No mesmo dia, a XP Research reduziu a recomendação dos ativos para neutra. A elevação das incertezas frente a venda da Via Varejo para um investidor estratégico, – principalmente após o anúncio feito na noite de ontem pelo controlador Pão de Açúcar (PCAR4) e logo após um resultado fraco no quarto trimestre de 2018 – deve manter a pressão sobre as ações, ressaltou a análise. 

“Reconhecemos que o desinvestimento para um investidor estratégico pode, de fato, ser um gatilho relevante, potencialmente desencadeando uma OPA (Oferta Pública de Aquisição), mas o tempo e a probabilidade de se materializar são muito incertos, enquanto operacionalmente, após trimestres subsequentes de decepção, gostaríamos de entrega e visibilidade antes de recuperar a convicção”, destaca a analista da XP, Betina Roxo. 

>> A empresa de shoppings Multiplan (MULT3) teve sua recomendação rebaixada a ‘market perform’ (performance em linha com a média do mercado) pelo Banco do Brasil.

>> A recomendação da imobiliária Helbor (HBOR3) também foi rebaixada, desta vez para ‘underperform’ (performance abaixo da média do mercado) pelo Safra. O preço-alvo estimado é de R$ 1,20.

>> A equipe de análise do Itaú BBA encontrou pela primeira vez com o CEO da Copel, Daniel Slavieiro. Eles saíram da reunião positivamente impressionados. “De forma realista, ele abordou questões como eficiência de custos, alocação de capital, desinvestimentos e potencial privatização, bem como a expiração em 2023 da UHE Foz da Areia e o plano da Copel de manter o ativo ou monetizá-lo através de uma privatização da usina”, avaliaram os analistas.

A equipe do Itaú BBA apontou que, se tudo mencionado for entregue, a Copel poderia valer R$ 60 por ação. “Embora já tivéssemos uma visão otimista do nome com base em seu valuation barato (12% de IRR real), a reunião nos deu mais convicção sobre nossa tese. Reiteramos nossa visão positiva e o outperform rating da Copel, com um preço-alvo para 2019 de R$ 44 por ação”, avaliam os analistas.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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