Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após o ânimo do mercado brasileiro com a condenação de Lula e a aprovação da reforma trabalhista, os investidores seguem de olho na movimentação do governo para votar em breve a denúncia contra Michel Temer, além do cenário externo. O rali internacionbal continua em meio aos sinais de um Fed cauteloso. Confira os destaques: 

1. Bolsas mundiais

O otimismo externo persiste, com perspectivas de um Federal Reserve “sem pressa” sustentando bolsas e enfraquecendo dólar. As ações europeias sobem e levam índice global MSCI a recorde após a chairwoman do Fed, Janet Yellen, reforçar na véspera expectativas de que o Fed seguirá de maneira gradual com seu plano de encerrar a era do dinheiro barato enquanto monitora a ainda muito baixa inflação americana. Yellen fala novamente no Congresso hoje (veja mais no item 4). 

A China também animou. A balança comercial do país em junho mostrou exportações e importações crescendo mais do que o estimado, sustentadas por demandas interna e externa robustas, o que impulsionou as bolsas por lá.  “Os dados favoráveis de hoje indicam uma demanda externa ainda forte pelos bens chineses, assim como uma demanda doméstica resiliente”, disse Julian Evans-Pritchard, economista do Capital Economics.

No mercado de commodities, o petróleo tem leve baixa após três altas seguidas com AIE menos confiante sobre reequilíbrio do mercado global, enquanto o minério de ferro fica estável em Dalian.

Às 8h19, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,65%

*FTSE (Reino Unido) +0,10%

*DAX (Alemanha) +0,22% 

*Hang Seng (Hong Kong) +1,16% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) +0,67% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,01% (fechado)

*Petróleo WTI -0,75%, a US$ 45,15 o barril

*Petróleo brent -0,84%, a US$ 47,34 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian 0%, a 491 iuanes

 

2. Lula condenado

A crise política do governo Michel Temer foi ofuscada por ora pela condenação de Lula por Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão. Como estratégia de defesa, o PT faz ato em defesa do ex-presidente na sede do partido às 10h, onde Lula também deve conceder entrevista coletiva. Com a condenação, amplamente esperada, o mercado vê chance menor de candidatura de Lula, mas sem descartá-la. Isso porque ainda é incerto se Lula será condenado em 2ª instância a tempo de ser considerado ficha suja, mas é mais provável que ele não seja candidato em 2018 por razões legais, segundo destaca a Eurasia. 

Enquanto isso, o Planalto se divide sobre o impacto da condenação para o governo Temer. O argumento dos que veem a notícia positivamente é de que a forte crise política que enfrenta Temer deve perder espaço, já que Lula deve entrar no foco. Por outro lado, os cautelosos apontam que a decisão sinaliza uma mudança de paradigmas no País e que políticos estão cada vez mais sujeitos a decisões judiciais, abrindo precedente para a condenação de outros políticos.

3. Governo Temer

Mesmo com o foco por ora na condenação de Lula, a crise no governo Temer e a sua possível sucessão seguem no radar dos mercados. A CCJ da Câmara deve retomar discussão sobre denúncia contra presidente Temer na manhã desta quinta-feira. Estamos dispostos a discutir o tempo que a oposição quiser, ”o que não queremos é a postergação indefinida desta situação”, disse a jornalistas o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder do partido na Câmara. Segundo o Valor Econômico, Temer tem larga margem na CCJ, mas votação pode ficar para agosto.

Enquanto isso, as movimentações de Maia seguem no radar. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ele já busca convencer líderes políticos de que não será candidato à reeleição caso substitua Michel Temer no cargo. Tenta assim diminuir a resistência de outros presidenciáveis a seu nome. Já a coluna do Estadão aponta que, mesmo com a possibilidade de assumir o Planalto com Rodrigo Maia, o DEM tem evitado a discussão sobre ficar ou não na base do governo por dois motivos. O primeiro é que dirigentes do partido gostam pessoalmente de Temer. O segundo é porque a cúpula considera que ainda não existe clima político para a queda.

Já na agenda do dia de Temer, o presidente, junto com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, deve participar da cerimônia de sanção da lei trabalhista, a partir das 14h30. Sobre o assunto, depois de afirmar que a Câmara não aceitaria a MP que Temer pretende editar para cumprir acordo feito com senadores sobre mudanças na reforma trabalhista, Maia suavizou tom, dizendo que vai depender do texto, ressalta o Estadão. 

4. Agenda econômica

A agenda econômica tem como destaque os dados de serviços a serem revelados pelo IBGE às 9h. O Banco Central, por sua vez, oferta até 8.300 contratos de swap para rolagem na 5ª-feira. O leilão ocorre das 11h30 às 11h40, com resultado a
partir das 11h50. 

No Congresso, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso concluiu na noite de quarta-feira a votação do relatório final do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018, com meta de déficit primário para o setor público consolidado de 131,3 bilhões de reais. Agora, o relatório será votado em sessão conjunta do Congresso Nacional marcada para esta quinta-feira às 16 horas. Antes disso, porém, deputados e senadores têm que limpar a pauta trancada por vetos presidenciais.

Já nos EUA, às 9h30, serão revelados os dados de preços ao produtor de junho. Contudo, o mercado americano deve ficar de olho no segundo dia de fala de Janet Yellen no Congresso, a partir das 10h30, após a fala branda da véspera no Congresso ajudar a levar o dólar para baixo. Lael Brainard, diretora do Fed, fala às 14h. 

 

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo também é movimentado. Segundo a Bloomberg, a JBS concluiu renegociação de dívidas com bancos, incluindo BB, Caixa, Santander e Bradesco, que concordaram em estender linhas de crédito em 12 meses sem mudanças nos juros, em troca de garantias adicionais e pagamento adiantado de 10% do total. Já a Cambuhy, Brasil Warrant e Itaúsa compraram Alpargatas por R$ 3,5 bilhões.

O Bradesco anunciou plano de desligamento voluntário especial. No radar de recomendações, a Localiza foi elevada a outperform por Itaú BBA, enquanto a Anima foi elevada para neutro pelo Safra. Por fim, a Cemig informou que deu início a reuniões com potenciais interessados em adquirir participação na Light.

(Com Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.