Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário é bastante movimentado nesta quinta-feira (26). Se por aqui, os destaques ficam para a reação do Copom e para a decisão da Câmara de barrar a segunda denúncia contra Michel Temer, além da temporada de balanços com Vale e Ambev, o destaque no exterior fica para a decisão do BCE. Confira no que se atentar:

1. Bolsas mundiais

A grande expectativa dos mercados mundiais na sessão de hoje fica para a decisão do BCE (Banco Central Europeu), às 9h45, que deverá detalhar como pretende reduzir seu agressivo programa de compras de ativos, conhecido como QE, num momento de recuperação da economia da zona do euro.

Em meio a essa expectativa, os maiores mercados da Ásia tiveram ganhos hoje. Em Tóquio, o Nikkei subiu 0,15%, a 21.739,78 pontos, retomando a recente trajetória positiva que havia sido interrompida no pregão anterior. Na China, o Xangai Composto avançou 0,31%, a 3.407,57 pontos, atingindo o maior nível desde janeiro de 2016, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto teve alta de 0,25%, a 2.030,35 pontos. 

Vale destacar ainda que, ontem, o Partido Comunista da China anunciou a nova composição do Comitê Permanente do Politburo, a instância política mais poderosa do país. Como se previa, foram mantidos no órgão apenas o presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang.  Na Europa, o dia também é de leves ganhos. 

Já as ações de mineradoras avançam no Stoxx600; cobre cai e níquel sobe em Londres e aço recua na China. O petróleo, por sua vez, oscila pouco e sustenta os US$ 52; príncipe herdeiro da Arábia Saudita apoia extensão dos cortes de produção da Opep além de março de 2018. 

Às 8h20 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,45%

*FTSE (Reino Unido) +0,37%

*DAX (Alemanha) +0,30% 

*FTSE MIB +0,54%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,36% (fechado)

*Xangai (China) +0,33% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,15% (fechado)

*Petróleo WTI +0,19%, a US$ 52,28 o barril

*Petróleo brent +0,05%, a US$ 58,47 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,87%, a 454 iuanes

2. Agenda econômica

Nos EUA, o destaque fica para os pedidos de auxílio desemprego, às 10h30, e da balança comercial e de estoques do atacado no mesmo horário. Às 12h, atenção para os dados de vendas pendentes de moradia e, às 13h, para a sondagem industrial de Kansas. Mais tarde, às 23h30, a China divulga os dados de lucros totais da indústria. Já na Europa, as atenções externas estão voltadas para a fala de Mario Draghi, logo após a decisão de juros do BCE, 10h30, em meio à expectativa de que o banco pode reduzir estímulos monetários. 

3. Decisão do Copom

Na noite de ontem, os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiram, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros) em 0,75 ponto porcentual, de 8,25% para 7,50% ao ano. O corte foi o nono consecutivo. O movimento colocou a Selic no nível mais baixo em mais de quatro anos, desde abril de 2013, ainda no governo de Dilma Rousseff, quando também estava em 7,50%.

No comunicado, o BC manteve a expressão “redução moderada”, indicando corte de 0,5 ponto em dezembro, mas retirou o “encerramento gradual do ciclo” no comunicado do Copom de ontem, o que deixou margem para interpretações sobre o fim do ciclo. Parte dos analistas leu a mensagem como um sinal de que o BC quer ficar sem amarras para decidir se reduz a Selic abaixo de 7% caso os dados permitam, como Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra. Outros, como Alberto Ramos, do Goldman Sachs, avaliam que a mudança indica que o ciclo de cortes pode terminar já na próxima reunião. Há, ainda, quem diga que os dois argumentos são válidos, como Eduardo Loyo e Claudio Ferraz, em relatório do BTG.

4. Temer fica

Pouco mais de um mês após chegar à Câmara, os deputados rejeitaram na noite de ontem (25) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral). Foram 251 votos contrários à autorização para investigação, 233 votos favoráveis e duas abstenções. Com isso, caberá ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, comunicar agora à presidente do o Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmén Lúcia, a decisão da Casa. Foram 486 votantes e 25 ausentes.

O parecer votado foi apresentado pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomendou a inadmissibilidade da autorização da Câmara para que STF iniciasse as investigações contra o presidente e os ministros. O parecer já tinha sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por 39 votos a 26, além de uma abstenção.

Conforme destaca a LCA Consultores, o placar foi menor, “mas não tanto assim como fazia crer a falta de quórum pela manhã e o jeito atarantado e preocupado dos líderes da base aliada. Foi o suficiente para manter acesa a expectativa de que o governo ainda tem alguma chance de fazer avançar a pauta fiscal   até o final do ano, incluindo uma reforma da previdência bastante aguada”. Contudo, avalia a consultoria, Temer e Rodrigo Maia, este politicamente cada vez mais forte, precisam se entender. A pauta governista terá que ser construída junto com Maia, numa espécie de “congressualismo de coalizão”.

5. Noticiário corporativo

Em destaque, a Vale teve lucro líquido quase quatro vezes maior no terceiro trimestre, pulando para US$ 2,23 bi na comparação anual. O Ebitda ajustado de US$ 4,19 bi (US$ 2,96 bi no 3T16) ficou aquém do estimado (US$ 4,28 bi), apesar da receita operacional líquida em linha com as projeções compiladas pelas Bloomberg.

Já a Ambev registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 223 mil no terceiro trimestre, praticamente zerando os ganhos de R$ 3,06 bilhões obtidos no mesmo período de 2016. O resultado foi afetado principalmente por um ajuste tributário de R$ 2,97 bilhões por conta da adesão ao Refis. Já o Santander Brasil viu seu lucro líquido crescer 37,3% no terceiro trimestre do ano, para R$ 2,586 bilhões. 

Por fim, no InfoTrade, destaque para o Ibovespa, que voltou a mostrar a força de compra presenta em 75.180 pontos, mas precisa romper a faixa de 77 mil pontos para retomar sua tendência de alta de curto prazo, de olho no topo histórico – confira a análise completa.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.