Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira no que ficar de olho nesta quarta-feira antes de operar na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os olhos do mercado se voltam novamente para o julgamento da chapa Dilma-Temer, que é retomado nesta quarta com decisão sobre delações e possível voto do relator Herman Benjamin, enquanto Comissão do Senado aprovou relatório da reforma trabalhista. Já no exterior, a sessão é de leve alta na véspera de dia-chave para os mercados. Confira os destaques desta quarta-feira (7):

1. Bolsas mundiais

Na véspera de eventos-chave, como a eleição parlamentar no Reino Unido, decisão do BCE e o depoimento do ex-diretor do FBI James Comey ao Senado nos EUA, os mercados mundiais registram uma sessão de leve alta em sua maioria, interrompendo a baixa da véspera. As bolsas europeias interrompem perdas dos dois últimos dias com bancos em destaque após Santander acertar compra do Banco Popular Español.

Na Ásia, os mercados acionários da China avançaram nesta quarta-feira, liderados pelo índice CSI300 de blue-chips que fechou na máxima de seis meses, uma vez que o crescente número de empresas listadas na bolsa incentiva os empregados a comprarem ações e com o banco central atuando para aliviar os receios de um aperto de liquidez no meio do ano. A expectativa de que o MSCI inclua ações “A” da China em seus índices neste mês também estimularam o apetite dos investidores por ações de grandes empresas, com mais bancos de investimento prevendo uma boa chance de que tal movimento aconteça. 

Vale destacar ainda o relatório da OCDE, que apontou que a economia global está a caminho de registrar neste ano a expansão mais forte em seis anos uma vez que o comércio ajuda a compensar o cenário mais fraco nos Estados Unidos, que ainda passou a ver a crescimento do Brasil em 2017. Para o Brasil, a OCDE passou a ver um crescimento de 0,7 por cento este ano depois de projetar estabilidade anteriormente.

No mercado de commodities, o petróleo tem leve baixa após subir 1,7% na véspera; já o minério de ferro fica estável em Dalian e tem leve queda em Qingdao. 

Às 8h14,, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,05%

*CAC-40 (França) +0,84%

*DAX (Alemanha) +0,25%

*Xangai (China) +1,24% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,09% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,02% (fechado)

*Petróleo WTI +-0,62%, a US$ 47,89 o barril

*Petróleo brent -0,68%, a US$ 49,78  o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +0,23%, a 433 iuanes

*Minério spot negociado em Qingdao, na China -1,07%, a US$ 55,43 a tonelada

2. TSE e radar político

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) retoma nesta quarta o julgamento da ação na qual o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014. A sessão está prevista para começar às 9h. Herman Benjamin, relator da ação, deixou para hoje parte das preliminares que discute antes de dar seu voto, incluindo a que decide se a corte usa ou não as delações premiadas no processo. O julgamento reabre nesta quarta com a questão da delação, segundo assessoria do TSE.

Na sessão de ontem, por unanimidade, os ministros rejeitaram questões preliminares que impediriam o prosseguimento da ação e o julgamento do mérito da cassação, que não foi analisado na última sessão. Após o voto do relator, ministro Herman Benjamin, deverão votar os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira, Rosa Weber, Luiz Fux, e o presidente do tribunal, Gilmar Mendes. Um pedido de vista para suspender o julgamento não está descartado.

Vale destacar que, na véspera, Gilmar Mender indicou que seu voto no TSE será favorável ao governo ao dizer que existe uma situação singular, que não deve se tornar “comezinha”, que é a impugnação de uma chapa presidencial, num grau de instabilidade que precisa ser devidamente considerado. De acordo com jornais como Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, PMDB e PT esperam absolvição da chapa Dilma-Temer por 5 votos a 2. O jornal Valor Econômico ainda destaca que, independentemente do resultado do TSE, líderes dos principais partidos da base aliada articulam uma espécie de “parlamentarismo branco” como saída para preservar as reformas e manutenção do presidente no Planalto. 

Ainda sobre Temer, a defesa do presidente  terá até sexta-feira para responder às 82 perguntas feitas pela Polícia Federal no inquérito que investiga o presidente por suspeitas de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. A data final era ontem, mas a defesa entrou mais cedo com pedido ao Supremo pela ampliação do prazo até o fim da semana. Pela decisão do ministro Edson Fachin, Temer terá agora até às 17h da próxima sexta-feira (9) para responder às perguntas.

3. Reforma trabalhista e aéreas

Em meio à crise política, o Senado mostrou serviço e a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) da Casa aprovou o relatório da reforma trabalhista por 14 votos a favor e 11 votos contrários, placar exatamente como previsto pelos governistas. 

O documento aprovado de 74 páginas recomenda a estratégia de avançar com o texto no Senado sem alterar o projeto aprovado na Câmara – o que exigiria aprovação dos deputados e atrasaria a tramitação. Para incluir as alterações sugeridas pelos senadores, o parecer sugere ajustes com veto presidencial e edição de eventuais medidas provisórias.

Entre as alterações, o relator da reforma trabalhista na CAE, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), sugere veto à regra que prevê o contrato intermitente e pede edição de uma medida provisória com salvaguardas ao trabalhador e regulamentação de setores que poderão usar esse tipo de contrato. Sobre o trabalho insalubre, o relatório pede veto à mudança que permitiria trabalho de gestantes e lactantes de locais com insalubridade “moderada” ou “mínima”.

Já na Câmara dos deputados, sem acordo, a votação do projeto de lei das aéreas fica para esta quarta-feira. O projeto de lei 7425/17 permite o controle acionário das companhias aéreas brasileiras pelo capital estrangeiro e é de autoria do Poder Executivo. O projeto tranca a pauta da Câmara por tramitar com urgência constitucional.

4. Agenda de indicadores

Na agenda de indicadores, no Brasil, atenção para o fluxo cambial semanal a ser revelado às 12h30. Já o Banco Central oferta até 8.200 contratos de swap cambial para rolagem dos contratos de julho, das 11h30 às 11h40, resultado a partir das 11h50.

Nos EUA, o mercado fica de olho nos dados semanais de estoque de petróleo, às 11h30. À noite, será revelado o dado do PIB do primeiro trimestre do Japão às 20h50. 

5. Noticiário corporativo

Ontem à noite, a operadora de programas de fidelidade Smiles informou que seu conselho de administração aprovou plano de reorganização societária, por meio da qual a companhia, controlada pela Gol, será incorporada pela Webjet. Já a Usiminas informou que sua controlada Mineração Usiminas (Musa) e a Porto Sudeste do Brasil firmaram instrumento de transação por meio do qual acordaram as condições para pôr fim a litígio, objeto de arbitragem instaurada perante o Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. 

A PDG e as suas controladas apresentaram 38 planos de recuperação judicial. Já o acordo de leniência da Braskem foi homologado pelo juiz da 13ª Vara de Curitiba.

(Com Reuters, Bloomberg, Agência Estado e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.