Os 2 motivos que levaram o “Centrão” a desistir de Ciro Gomes e apoiar Geraldo Alckmin

Decisão abrupta se contrapôs a indicações de que o casamento do grupo poderia se dar com a candidatura do pedetista

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O vaivém do “blocão”, grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, no jogo de negociações para a corrida presidencial encerrou a semana passada com o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), que deve ser formalizado nos próximos dias. A decisão abrupta se contrapôs a indicações de que o casamento poderia se dar com a candidatura de Ciro Gomes (PDT). Mas o que explica o movimento final do grupo de partidos, que conseguiu manter certa coesão?

Para o economista e analista político Ribamar Rambourg, o pragmatismo é chave para entender o processo. Convidado do último programa Conexão Brasília (veja a íntegra no vídeo ao final desta matéria), o especialista observou que o cenário a ser evitado pelo “blocão” era de disputa entre o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e um candidato do PT. Neste sentido, a questão era avaliar quem, entre Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, seria mais competitivo no processo. Foi aí que venceu o tucano, embora hoje apareça pior nas pesquisas de intenção de votos.

“A decisão do ‘blocão’ por Alckmin vem justamente quando o PR [que até então flertava até mesmo com Bolsonaro] começa a integrar o grupo. Então, parece que o PR trouxe ao ‘blocão’ a perspectiva de que é mais fácil colocar Alckmin na vaga da direita, impedindo Bolsonaro de ir ao segundo turno, do que colocar Ciro no lugar da esquerda, porque o PT pode lançar Jaques Wagner e Ciro pode se comprometer em razão de algum deslize”, afirmou. O temperamento do pedetista também teria prejudicado a possibilidade de uma aliança com o grupo.

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Na avaliação de Paulo Gama, analista político da XP Investimentos, também presente no programa, a lógica da perspectiva de poder pesou sobre a decisão, além da própria competitividade do PT no Nordeste, hoje não capturada nas pesquisas eleitorais. “Existia menos confiança da totalidade deste grupo que eventual presidência de Ciro continuasse a tratar o Congresso e a política exatamente com as mesmas regras de hoje”, disse. Com Alckmin, há uma sensação maior de continuidade do status quo.

Confira a íntegra do programa no vídeo abaixo:

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.