Publicidade
SÃO PAULO – Na última segunda-feira (26), a Operação Cartão Vermelho ganhou as ruas com um alvo notório: o ex-governador da Bahia pelo PT, Jaques Wagner, que foi acusado de ter recebido R$ 82 milhões dos cerca de R$ 450 milhões desviados de obras do estádio Arena Fonte Nova. Um dos mandados de busca e apreensão foram feitos em sua casa, na capital baiana.
Um dos principais nomes do PT, Wagner vem sendo lembrado constantemente como um dos possíveis presidenciáveis no plano B do partido caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não possa concorrer às eleições de 2018, o que parece cada vez mais provável de acontecer após a sua condenação em segunda instância no âmbito da Operação Lava Jato.
Por isso mesmo, o envolvimento do nome de Wagner em uma nova operação foi vista com tanto receio dentro do partido.
Oferta Exclusiva para Novos Clientes
Jaqueta XP NFL
Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano
“Essas investigações mostram que qualquer candidato de PT provavelmente vai sofrer para ser eleito em outubro, dada a má reputação do partido com uma grande parcela do eleitorado. Além disso, o potencial de Lula para transferir votos para um sucessor é difícil de avaliar, mas parece limitado”, afirma a consultoria política Eurasia Group, que revisou as suas estimativas e agora vê apenas 20% de chances de Lula concorrer ao pleito deste ano. Ou seja, a urgência dentro do partido pelo tal “plano B” aumenta cada vez mais.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, diante desses reveses, Wagner passou a ser considerado uma carta fora do baralho (até por ele mesmo), enquanto a cúpula do PT ainda não sabe o caminho a seguir.
A cúpula do partido ainda diz que inscreverá a candidatura de Lula no dia 15 de agosto, mesmo se ele estiver preso, o que é uma estratégia para fazer a defesa política do ex-presidente e do partido. “A avaliação na sigla, no entanto, é de que se Lula for preso não terá chance de reverter o quadro para concorrer. É por isso que o Plano B continua sendo tão importante”, aponta a publicação.
Continua depois da publicidade
Porém, não há acordo sobre o que fazer e a desorientação é geral, afirma a publicação. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, não tem apoio da cúpula para ser o “herdeiro” de Lula. Contudo, a legenda pode ser obrigada a bancar a candidatura dele ou a apoiar um nome de fora, mesmo a contragosto, como o de Ciro Gomes (PDT).
“Como era de se esperar o PT saiu em defesa de Wagner, chamando a operação de campanha de perseguição. Também é verdade, que dentro do partido, o nome de Wagner tem uma rejeição menor que de Haddad, que irritou ainda mais parte dos dirigentes com a aproximação de Ciro Gomes. De toda forma, o ex-governador sempre se mostrou mais reticente de concorrer ao Planalto do que o ex-prefeito de São Paulo”, afirma o diretor superintendente da Barral M. Jorge, Wagner Parente.
Vale ressaltar que a ação contra Wagner ampliou a sensação de que ele não topará a empreitada de substituir o ex-presidente Lula na eleição, uma vez que ele já havia falado mais de uma vez que prefere concorrer ao Congresso.
Neste cenário, o ambiente eleitoral parece cada imprevisível e espinhoso. De acordo com a Folha de S. Paulo, um dos prejudicados é o governador da Bahia, o petista Rui Costa (pupilo de Wagner), que concorre à reeleição com bastante chance, segundo sondagens dos partidos. Assim, a operação dá vantagem ao rival mais provável de Rui Costa, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). “As investigações podem ter efeito sobre a disputa para o governo estadual deste ano, que devem opor, principalmente, o atual governador Rui Costa, e algum nome do DEM – o mais cotado atualmente é o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto”, diz o diretor da Barral M. Jorge.
Contudo, com a operação, tem também a ganhar o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, que não só vê o rival PT em dificuldades como também pode ver o reforço num campo de batalha estadual importante (e no qual o PT sempre teve grandes forças), segundo a Folha.
Porém, por enquanto, a lição que fica é que, mesmo com o “ápice” das operações da Polícia Federal já parecendo ter acontecido, a Lava Jato e as suas “irmãs” devem continuar sendo observadas com atenção, uma vez que elas devem seguir mexendo (e muito) com o cenário eleitoral.
Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear
Newsletter
Infomorning
Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.