Odebrecht esfria entusiasmo do mercado com Lava Jato

Agora, o receio é que investigações atinjam líderes da oposição, elevando a incerteza em cenário pós-Dilma

Bloomberg

Publicidade

(Bloomberg) — A decisão da Odebrecht de fazer uma delação “definitiva” caiu como água fria no entusiasmo do mercado. A Lava Jato ajudou a derrubar o dólar e alimentou apostas em cortes de juros nas últimas semanas ao aumentar expectativa de impeachment. Agora, o receio é que investigações atinjam líderes da oposição, elevando a incerteza em cenário pós-Dilma.

Notícia de que a Odebrecht pode ter feito repasses a mais de 200 políticos, preocupa o mercado, diz João Paulo de Gracia, superintendente de câmbio da corretora SLW. Além do receio de que denúncias atingindo a oposição enfraqueçam o impeachment, o mercado se preocupa com o cenário que vai se desenhar caso Dilma seja afastada. “O impeachment pode não acabar nem a crise política, nem com a crise econômica. Isso poderia favorecer algum nome sobre o qual o mercado tem aversão, como o da Marina Silva”, diz Correa.

O blog de Fernando Rodrigues diz que 18 partidos diferentes estão envolvidos nas denúncias da Odebrecht. Aécio Neves aparece entre políticos citados. Michel Temer não aparece na lista.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O mercado vinha melhorando na ”certeza do impeachment”, precificando a mudança de governo, diz Carlos Kawall, economista do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro. Não bastará o impeachment, contudo. Para consolidar o otimismo do mercado, será necessário que o novo presidente mostre condições de governabilidade, diz ele.

Sílvio Campos Neto, economista da Tendências, observa que a evolução da Lava Jato envolve riscos. “Não dá para falar que os depoimentos vão carbonizar só o governo”, diz o economista. Para ele, a delação premiada da Odebrecht traz cautela diante da possibilidade de as denúncias atingirem não apenas o governo, mas também a oposição.

O dólar sobe hoje após cinco dias de queda também como resultado da decisão do BC de elevar o volume no leilão de swaps reversos e expectativa de alta de juros nos EUA. Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da CM Capital Markets, a valorização recente do real ocorreu por conta da especulação com o impeachment, “não por fundamentos macro econômicos”. Para ela, o dólar pode voltar rapidamente para acima de R$ 4,00 se tudo não andar de acordo com o que o mercado espera.

Continua depois da publicidade

Especiais InfoMoney:

As novidades na Carteira InfoMoney para março

André Moraes diz o que gostaria de ter aprendido logo que começou na Bolsa

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.