Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam cartel de empreiteiras, dizem PF e MPF

As duas empreiteiras, no entanto, diferentemente das demais investigadas, usavam um esquema “mais sofisticado” de pagamento de propina a agentes públicos e políticos por meio de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações

Lara Rizério

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As investigações que resultaram na 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (19) pela Polícia Federal, revelam que as empreiteiras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras (PETR3;PETR4).

De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, as duas empreiteiras, no entanto, diferentemente das demais investigadas, usavam um esquema “mais sofisticado” de pagamento de propina a agentes públicos e políticos por meio de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações, antes do pedido de prisão dos diretores das empresas.

De acordo com o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, três delatores, entre eles os ex-diretores da Petrobras – presos em fases anteriores da Lava Jato –, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, disseram que receberam propina da Odebrecht no exterior, por meio de empresasoffshore. Esses pagamentos, segundo Lima, foram identificados pela PF e pelo MPF após colaboração com autoridades estrangeiras.

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“Observou-se que, nas empreiteiras que foram denunciadas até aqui, o contato era diretamente com o [doleiro] Alberto Youssef e as empresas dele, em um esquema relativamente simples e fácil de comprovar. Entretanto, o esquema de lavagem que deparamos agora é de depósito no exterior”, explicou Lima.

“Uma série de colaboradores nos indicaram os caminhos dos valores no exterior e isso reforçou, nesse momento, a necessidade do pedido da prisão dos executivos dessas empresas”, acrescentou o procurador. “Esses colaboradores indicam que essas empresa fizeram pagamentos no exterior, então identificamos as empresas offshore que intermediaram os pagamentos. Quando temos três colaboras, o nível de confirmação aumenta consideravelmente”.

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Além do esquema de fraudes na Petrobras, as investigações que resultaram na deflagração da operação Erga Omnes identificaram que a Odebrecht também pode ter fraudado contratos para as obras da usina nuclear Angra III, no Rio de Janeiro.

Em coletiva de imprensa, o delegado da PF Igor Romário de Paula afirmou que a Odebrecht tinha um grande poder de influência na cartelização ocorrida na Petrobras. Ele estima que a propina dos contratos relacionados à Odebrecht seriam de cerca de R$ 510 milhões. Mas ele disse que este número é muito “especulativo”.

Já o  procurador da República afirmou que a cartelização na Petrobras ocorre desde 2004. “Devemos punir todos os responsáveis. Isso aqui é uma república”, diz procurador sobre a 14ª fase da Operação Lava Jato. Lima ainda afirmou que Odebrecht e Andrade Gutierrez têm dinheiro depositado no exterior.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.