Odebrecht admitirá que controlava pessoalmente caixa 2 para Dilma e relatará alerta que fez a ela

De acordo com a Folha, Marcelo Odebrecht teria alertado a presidente afastada que estavam prestes a descobrir os pagamentos ilícitos que a construtora fez ao marqueteiro João Santana na Suíça, mas ela não deu atenção a ele

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht assumirá em acordo de delação premiada que controlava pessoalmente os recursos legais e ilegais que abasteceram as campanhas presidenciais de 2010 e 2014, vencidas por Dilma Rousseff, segundo apurou o jornal Folha de S. Paulo

De acordo com a publicação, Odebrecht relatará a conversa que teve com Dilma no México em 26 de maio de 2015. Ele a teria alertado que os investigadores da Lava Jato estavam prestes a descobrir os pagamentos ilícitos que a Odebrecht fez ao marqueteiro João Santana na Suíça. Porém, segundo o empreiteiro Dilma não deu atenção ao que ele dizia. A conversa ocorreu 24 dias antes da prisão do empresário pela Polícia Federal. Odebrecht ainda tratou de pagamentos ao PT com representantes do partido, em sua casa no Morumbi, na zona sul de São Paulo.

O jornal destaca que, até a descoberta de US$ 4 milhões de pagamentos na Suíça, Marcelo dizia a seus interlocutores que não se sentia ameaçado pela Lava Jato por acreditar que, se ele fosse preso, o governo de Dilma cairia junto com ele. O executivo também deverá argumentar na delação que não considerava crime os pagamentos ilícitos que fez ao marqueteiro do PT; ele acredita que os repasses via caixa dois são parte da cultura política do país e do sistema de financiamento a partidos no Brasil.

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Em nota, a assessoria de Dilma afirmou que esteve com Marcelo Odebrecht no México, em viagem oficial, mas argumenta que doações e pagamentos a João Santana não foram tratados na conversa. Segundo a nota, “Marcelo faz suposições que não merecem comentários”. O advogado de Santana, Fabio Tofic Simantob, afirmou que só se manifestará nos processos judiciais. A Odebrecht não quis comentar o assunto e o PT ressaltou que o partido só recebe doações oficiais, todas declaradas à Justiça.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.