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SÃO PAULO – Barack Obama, reeleito presidente norte-americano na última semana, não deve ceder às pressões do Partido Republicano e persistir com a proposta de elevar os impostos para as classes mais ricas da sociedade. Se for necessário, Obama deve permitir que o abismo fiscal se torne realidade. Essas ideias foram escritas em um editorial do New York Times na última semana por Paul Krugman, prêmio Nobel de economia em 2008.
Caso a divisão de republicanos e democratas continue no Congresso até o fim deste ano, 2013 se iniciará com uma série de cortes automáticos de gastos e aumentos de impostos, o que provavelmente levará o país a uma recessão.
Contudo, Krugman minimiza o termo abismo fiscal. “Ele não é como o confronto sobre o teto da dívida, que poderia muito bem ter acarretado coisas terríveis imediatamente caso seu prazo tivesse sido perdido. Desta vez, nada de muito ruim vai acontecer com a economia se um acordo não for fechado até as primeiras semanas ou mesmo até os primeiros meses de 2013”, escreve em sua coluna no jornal norte-americano.
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O ganhador do prêmio Nobel lembra que, no final de 2010, Obama cedeu e concordou em estender os baixos impostos dos mais ricos por dois anos. Em 2011, novamente fez concessões significativas quando precisou aumentar o teto da dívida. “Isso tem que parar”, diz, sob a pena de transformar os democratas em reféns dos republicanos e deixar o país ingovernável, a caminho de uma nova crise.
Krugman lembra que esse impasse, classificado como uma “chantagem econômica” feita pelos republicanos, prejudicará o país como um todo. Mais do que isso, afetará inclusive os apoiadores republicanos, principalmente os doadores corporativos, e assim o partido deverá sofrer uma intensa pressão para ceder.
Além do mais, o segundo mandato fortaleceu Obama. O ganhador do Nobel de economia acredita que o atual presidente norte-americano venceu a eleição com uma campanha populista e, portanto, poderá alegar que os republicanos estão desafiando a vontade do povo.
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“Por isso, defenda seu território, senhor presidente, e não ceda a ameaças. Nenhum acordo é melhor do que um mau negócio”, conclui Paul Krugman.
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