Obama mentiu sobre morte de Bin Laden, diz jornalista; Casa Branca garante que não

Em artigo para a London Review Books, Seymor Hersh escreveu uma "nova versão" sobre os mistérios que cercam a morte do terrorista Osama Bin Laden

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O jornalista investigativo Seymor Hersh, ganhador do prêmio Pulitzer (o mais prestigioso prêmio concedido a jornalistas de todo mundo) é tido como um dos maiores nomes da imprensa americana e tornou pública as torturas a prisioneiros praticadas por oficiais americanos na prisão de Abu Ghraib em 2004. E, no último domingo, houve mais uma revelação.

Em artigo para a London Review Books, Hersh escreveu uma “nova versão” sobre os mistérios que cercam a morte do terrorista Osama Bin Laden. O artigo destaca o que seriam “as mentiras do governo Obama”. A primeira mentira é de que o governo de Barack Obama não teria informado o Paquistão sobre a operação, sendo então conduzido apenas pelos EUA.

Os oficiais paquistaneses não só foram informados da operação para que ela acontecesse, como cooperaram com os EUA. Além disso, Bin Laden não estava escondido e foi encontrado pelos soldades americanos. Para Hersh, Bin Laden foi prisioneiro dos paquistaneses por anos, e era usado como uma forma de chantagear a Al Qaeda na região.

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O governo do Paquistão “cedeu” Osama aos americanos por US$ 25 milhões, como uma forma de manter boas relações com o governo Obama. Além disso, os paquistaneses, de acordo com duas fontes militares ouvidas pelos jornalistas, concordaram em colaborar com a Casa Branca ao corroborar a versão de que Osama foi morto durante um ataque a seu esconderijo em Abbottabad.

E, depois de morto, ao invés de ser jogado no mar, o corpo de Osama foi atirado na cordilheira Indocuche, entre o Paquistão e o Afeganistão.

Para Hersh tratou-se de um “assassinato”, e confirmada a morte, Barack Obama tratou de anunciar ao mundo a morte do terrorista e tirou “partido politicamente”. Uma vez que o corpo se tinha desintegrado, a versão oficial da Casa Branca era de que o cadáver tinha sido atirado ao Oceano Indíco, a partir do porta-aviões Carl Vinson.

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Assim, através do artigo, Seymour Hersh contraria o alegado papel decisivo das forças espaciais americanas SEAL na captura e na morte de Bin Laden, destacando o papel decisivo do serviço de informações do Paquistão (ISI). Hersh alega ainda que, além de “aproveitamento político”, toda a encenação à volta da morte do terrorista serviu para justificar o “programa de torturas” da CIA.

Vale ressaltar que a publicação foi alvo de críticas e de controvérsias. O texto foi recusado pela revista The New Yorker, publicação com a qual Hersh colabora regularmente desde 1993. E, segundo especialistas, o trabalho apresenta evidências frouxas para amparar acusações sérias.

Em nota, a Casa Branca classificou hoje como “falsa” a investigação do jornalista e destacou que ela tem “demasiadas imprecisões e afirmações sem fundamento”. O porta-voz adjunto do Conselho de Segurança da Casa Branca, Ned Price, afirmou que “a noção de que a operação que acabou com a vida de Osama bin Laden foi outra coisa que não uma missão unilateral dos EUA é evidentemente falsa” e disse que a operação era do conhecimento exclusivo de um reduzido número de altos dirigentes dos EUA.

“O Presidente decidiu não informar nenhum governo, incluindo o paquistanês, que só foi notificado depois de a operação ter acabado”, disse hoje Price.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.