Obama diz que confia completamente em Dilma e não comenta Lava Jato

A presidente Dilma Rousseff chegou aos EUA ontem, segunda-feira (29), e se encontrou com Barack Obama hoje, na Casa Branca

Marília Kazmierczak

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SÃO PAULO – Em visita aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff (PT) declarou que o desafio do Brasil e EUA é dobrar a corrente de comércio entre os dois países em uma década. Em declaração à imprensa ao lado do presidente norte-americano, Barack Obama, em Washington, Dilma disse que a agenda de curto prazo deve ser a facilitação do comércio e aproveitou para convidar os investidores dos EUA a participarem do plano de logística do governo brasileiro.

Enquanto isso, Obama defendeu a presidente brasileira e afirmou que sua parceria com Dilma será igual nos próximos anos e que confia plenamente na nela. Questionado sobre as investigações da Operação Lava Jato, o presidente americano não quis dar nenhuma declaração sobre o assunto.

Os dois presidentes ainda prometeram aumentar a participação da energia renovável de fontes não hidrelétricas em suas matrizes energéticas para 20% até 2030, em um esforço para mostrar comprometimento com o combate às mudanças climáticas.

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O Brasil ainda prometeu reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e concordou em levar adiante um plano sobre mudança climática “amplo e ambicioso”, que “representa seu maior esforço possível além de suas ações atuais”, de acordo com o comunicado.

“Isso é algo grande”, disse o conselheiro sênior da Casa Branca Brian Deese a jornalistas na terça-feira, lembrando que a meta sobre energia renovável vai exigir que os Estados Unidos tripliquem sua parcela de renováveis em sua matriz energética até 2030 e que o Brasil duplique sua parcela.

O Brasil ainda não apresentou formalmente sua estratégia sobre mudanças climáticas para a Organização das Nações Unidas (ONU) antes da importante reunião sobre o tema em Paris, marcada para dezembro, mas sinalizou algumas da metas que serão incluídas no comunicado conjunto de terça-feira.

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“Os presidentes estão comprometidos em alcançar um acordo ambicioso que reflita os princípios de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e as respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais”, afirma o comunicado.

Além das metas de reflorestamento e de uso de energias renováveis, o Brasil disse que pretende “melhorar a agricultura de baixo carbono e as práticas de uso da terra”, promover novos e limpos padrões tecnológicos para a indústria e impulsionar as medidas de eficiência energética. “O Brasil tem uma voz muito forte em questão da mudança no clima e o encaramos como poder mundial, não regional.”, disse Obama.

Com Reuters