O sonho americano: posse de Obama coroa ascensão política meteórica

Novo presidente dos EUA carrega a esperança de multidões; trajetória de esforço pessoal e atuação parlamentar

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SÃO PAULO – Se o termo “histórico” é muito desgastado para qualificar eventos importantes, certamente não aparenta ser suficiente para cobrir com precisão os significados que a posse de Barack Obama, como novo presidente dos Estados Unidos, adotou. Ao mesmo tempo, consagra-se uma meteórica ascensão ao topo da política.

Ao ritmo da esperança, que caracterizou toda a campanha presidencial, até três milhões de pessoas são esperadas nas ruas de Washington para acompanhar as festividades, mesmo em meio ao frio inverno da capital norte-americana, a serem iniciadas às 10 horas (13h00 no horário de Brasília) da próxima terça-feira (20).

Ares novos para a desgastada política dos EUA, com a inclusão à agenda de temas negligenciados nos últimos anos – como a política ambiental -, bem como a revisão de outros quase onipresentes, como a guerra no Iraque e o combate ao terrorismo. Tudo se soma ao explosivo e comovente ingrediente da mais grave crise econômica desde a segunda guerra mundial. O cenário é perfeito e desafiador.

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Família

Possivelmente, os novos inquilinos da Casa Branca – além de Barack, sua esposa Michele, e suas filhas Malia e Sasha, com respectivamente 10 e 7 anos de idade – trazem consigo expectativas maiores que a própria presidência dos EUA – por mais capacidades econômicas e militares que possua o país, por mais poder que detenha um homem só.

Primeiro negro a atingir o principal cargo político dos EUA, Barack Hussein Obama nasceu em 1961, no Havaí, filho de Ann Dunham e do queniano Barack Obama, que havia chegado aos EUA por meio de uma bolsa de estudos universitária, tendo retornado a seu país de origem alguns anos depois de buscar o sonho americano.

O 44º presidente dos Estados Unidos foi criado por sua mãe no Havaí e, durante alguns anos, na Indonésia, mas mudou-se para Nova York em 1983, onde se graduou em Ciências Políticas pela Universidade de Columbia. Obama voltaria para lá, mas desta vez para a Universidade de Harvard, formando-se em Direito no ano de 1991, após notabilizar-se por ser o primeiro negro a dirigir a prestigiosa publicação Harvard Law Review.

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O político

Os primeiros passos de Obama na carreira política ocorreram após formar-se em Columbia, quando rumou para Chicago a fim de trabalhar na mobilização de comunidades relacionadas a igrejas em bairros mais pobres da cidade, lá permanecendo durante três anos, antes de rumar para Harvard.

Quando voltou para a capital de Illinois, Obama foi professor na Universidade de Chicago, trabalhou em um pequeno escritório voltado para a defesa dos direitos civis e passou, sendo eleito para o parlamento do estado em 1996, primórdios de sua meteórica ascensão política.

Passados oito anos no poder legislativo estadual, Obama foi eleito para o senado federal (2004), quando ganhou projeção nacional após discursar em apoio ao candidato à presidência, John Kerry, durante a conferência nacional do partido democrata – apenas uma prévia da grande capacidade do político em mover multidões.

Obama escapou da polêmica decisão do congresso que autorizou a invasão do Iraque, tomada em 2003, notabilizando-se como opositor do governo do partido republicano no Congresso. Ainda assim, o político faz questão de ressaltar sua capacidade para trabalhar junto a seus adversários políticos, deixando de lado cálculos partidários mesquinhos – algo que será posto à prova pela grave crise econômica que assola o país.

Yes, we can

Desde então, o próximo presidente dos Estados Unidos encontrou fôlego para manter-se em evidência, com a autoria de dois livros com alta vendagem, destaque na mídia e presença no jogo político suficientes para postular a candidatura de seu partido à sucessão de George W. Bush.

Após dura batalha primária travada com a também senadora e antiga primeira-dama Hillary Clinton, Barack Obama precisou derrotar o republicano John McCain, antes de ser declarado eleito para a nova presidência dos EUA.

Embora Obama já tenha afirmado que os graves problemas econômicos constituirão sua prioridade nos primeiros cem dias de seu mandato, são tamanhas as esperanças depositadas em seu colo que nada poderá ser negligenciado; sob pena de desencantamento de multidões ao redor do mundo, representados desproporcionalmente por poucos milhões, durante a cerimônia de posse.

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