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O juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba, voltou hoje (12) a bater boca com um dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante audiência da ação penal na qual Lula é réu. Durante a oitiva de uma funcionária da empreiteira OAS, Moro chegou a gritar com defensor Juarez Cirino após várias interrupções. “Respeite o juízo!”, gritou Moro.
O bate-boca começou após uma pergunta feita por um procurador da República à funcionária Marilza Marques, responsável pela área de atendimento da empreiteira e que acompanhou as visitas no apartamento tríplex em Guarujá (SP), imóvel investigado na Operação Lava Jato.
Marilza disse que mulher de Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, era apresentada como “se o imóvel já tivesse sido destinado”.
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O estopim para o início da discussão ocorreu quando Moro disse que o advogado estava sendo “inconveniente” ao alegar repetidamente que o procurador não poderia fazer a pergunta.
Confira o vídeo divulgado pelo Estadão (aos 13 minutos) e a transcrição do bate-boca:
Advogado: A defesa não é inconveniente na medida em que estamos no exercício da ampla defesa
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Moro: Já foi indeferida sua questão, já foi indeferida sua questão, doutor
Advogado: Vocês não podem cassar a palavra da defesa
Moro: Posso, doutor, por estar sendo inconveniente
Advogado: Não pode, porque estamos colocando uma questão muito importante, relevante, o procurador da República está pedindo a opinião da testemunha e ele não pode
Moro: Doutor, o senhor está sendo inconveniente! Já foi indeferida sua questão, já está registrada, e o senhor respeite o juízo
Resposta da defesa
Após a audiência desta segunda, o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, divulgou uma nota por meio de sua assessoria:
“O relato das 4 testemunhas ouvidas hoje (12/12) – e que se somam às 19 das audiências anteriores – pelo juiz Sergio Moro na audiência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba enterrou de vez a denúncia, amplamente alardeada pelos acusadores, de que o triplex do Guarujá seria de propriedade do ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À exemplo das demais testemunhas, Igor Ramos Pontes, engenheiro da OAS Empreendimentos resumiu, em seu depoimento, questões-chave há muito ressalvadas pela defesa de Lula:
1. O apartamento é de propriedade da OAS;
2. O ex-Presidente, sua esposa e seus familiares jamais usufruíram do apartamento e nunca tiveram em suas mãos a chave do imóvel – ponto também ressaltado pela engenheira Mariuza Aparecida Marques, encarregada da OAS pela supervisão da unidade;
3. Nenhuma das contratações alegadas de melhorias no imóvel foi ordenada por Lula ou seus familiares;
4. Igor e Mariuza atestaram que Lula e sua esposa jamais assinaram o boletim de vistoria de unidade (BVU), documento imprescindível – de acordo com o procedimento da OAS – para a entrega de um imóvel ao seu adquirente;
5. Mariuza diz que esteve muito mais do que 120 vezes no condomínio Solaris – entre 2014 e a presente data – e nunca viu Lula no imóvel, a não ser a única vez em que esteve na condição de potencial comprador;
6. Igor diz que recebeu a informação da OAS de que houve a desistência da compra da unidade 164-A por parte de Lula e seus familiares.
Os depoentes foram unânimes em declarar que Lula foi tratado como potencial cliente e não proprietário na única visita que fez ao imóvel. D. Marisa Leticia e o filho Fábio, retornaram mais uma vez ao local, ocasião em que ficou claro que foram conhecer as reformas executadas na unidade por decisão da OAS para ver se despertavam o interesse de compra, não tendo nem nesse momento manifestando qualquer interesse pela aquisição do apartamento.
Cristiano Zanin Martins
Com Agência Brasil
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