O retrato dos 135 mil manifestantes que foram à Paulista no domingo, segundo o Datafolha

Cerca de 85% acreditam que a presidente deveria renunciar ao cargo e 76% possuem curso superior, de acordo com pesquisa realizada com 1.335 pessoas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Datafolha foi às ruas saber o que os 135 mil manifestantes do último domingo (16) na Avenida Paulista pensam sobre o governo Dilma Rousseff, como destaca o jornal Folha de S. Paulo na manhã desta segunda-feira (17). O Datafolha entrevistou 1.335 pessoas entre 12h e 18h do domingo. 

Foi a primeira vez que o instituto questionou os entrevistados sobre uma possível renúncia da presidente Dilma Rousseff e, de acordo com a pesquisa, 85% acreditam que a presidente deveria renunciar ao cargo. O número é superior ao dos que acreditam que o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha deveria abrir um processo de impeachment contra a presidente. 

Cerca de 82% avaliam que a presidente deveria ser afastada da presidência após o processo de impeachment, 15% acham que ela não deveria sofrer o processo e 2% não souberam opinar sobre o tema.

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Contudo, só 49% acham que ela sairá da presidência, enquanto 44% dizem que isso não ocorrerá e 7% disseram não saber.

A presidência tem ainda mais reprovação dentre aqueles que participaram do ato na Avenida Paulista do que os 7% da última pesquisa Datafolha: 95% veem o governo como ruim ou péssimo, 4% consideram regular e 1% veem como bom ou ótimo.

A maior parte dos manifestantes respondeu de forma correta sobre quem assumiria o governo se Dilma fosse afastada. 69% responderam Michel Temer ou o vice-presidente. 6% falaram que haveria novas eleições, 4% acham que Aécio Neves (PSDB-MG) assumiria e 2% citam Eduardo Cunha. Apenas 1% acham que o Exército assumiria. 

No caso de nova eleição se a chapa Dilma-Temer for cassada, 67% disseram que votariam em Aécio. 

Entre o perfil dos manifestantes, 61% eram homens e 39% mulheres. A maior parte era composta por pessoas de 51 anos ou mais (40%), seguida por manifestantes entre 36 a 50 anos (30%) e de 26 a 35 anos (19%). 6% eram manifestantes entre 21 a 25 anos e 5% entre 12 a 20 anos. 

E cerca de 76% dos manifestantes tinham ensino superior, 20% ensino médio e 4% somente até o fundamental. A faixa de renda familiar com a maior parte dos manifestantes é daqueles que ganham entre R$ 7.881 e R$ 15.760 por mês (25,17%), seguidos por quem recebe entre R$ 3.940 e R$ 7.880. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.