“O que o seu governo tem a esconder sobe o porto de Cuba?”, pergunta Aécio Neves

A candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, em resposta, afirmou que o porto de Cuba gerou muitos empregos para os brasileiros, visto que a empresa era nacional

Paula Barra

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SÃO PAULO – O candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, trouxe à tona pela primeira vez, com ênfase, o financiamento do governo ao porto Mariel, em Cuba. A candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, em resposta, afirmou que o porto de Cuba gerou muitos empregos para os brasileiros, visto que a empresa era nacional.

Confira o ping pong entre os candidatos:

Pergunta de Aécio Neves: Candidata, nós sabemos da absoluta carência de infraestrutura por todas as partes, falta tudo, ferrovias, hidrovias, portos. O seu governo optou por financiar a construção de um porto em Cuba, gastando R$ 2 bilhões do dinheiro brasileiro, do dinheiro do trabalhador brasileiro. Enquanto os nossos portos estão aí aguardando investimentos. Nenhum teve investimentos nessa monta. O que é mais grave, este financiamento vem com carimbo de secreto, ele não é acessível a população brasileira. O que o seu governo tem a esconder, candidata, em relação ao financiamento do porto de Mariel em Cuba?

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Resposta de Dilma Rousseff: O meu governo, nada, agora acredito que o seu tem muito que esconder quando se trata dos gastos com publicidade, não claramente veiculados no que se refere aos jornais e a televisão da sua família. Acredito, senador, que é necessário a gente parar e olhar com muita cautela essa questão do porto. Nós financiamos uma empresa brasileira, que gerou empregos no Brasil. Tanto que gerou emprego que foram quase, dos 800 milhões contratados, nós conseguimos gerar 456 mil empregos. E quero lembrar ao senhor, que também o governo Fernando Henrique financiou empresas brasileiras a exportar e a colocar produtos tanto na Venezuela quanto em Cuba. Então, eu não entendo o estarrecimento do senhor. Agora eu queria voltar a questão do emprego. Candidato, vocês deixaram o país com 11 milhões e 400 mil pessoas desempregadas. Candidato, era a maior taxa, só perdia para Índia, que tinha 41 milhões. Vocês bateram o recorde de desemprego, recorde de baixo salários e quando o senhor se refere a inflação, o senhor está falando do governo Itamar, e não do Fernando Henrique.

Réplica de Aécio Neves: Mais um engano da senhora, mas volto a Cuba que é minha pergunta, candidata, e talvez eu possa aqui revelar hoje ao Brasil as razões pelas quais este empréstimo é considerado secreto, diferente de todos esses outros a que a senhora se referiu. Recebi um documento hoje e estou solicitando que seja enviado a Procuradoria Geral da República para que faça a investigação, um documento do Ministério do Desenvolvimento Econômico que diz que o financiamento para Cuba, diferente do financiamento para outros países onde o prazo normal para pagamento é de doze anos foi de 25 anos. E o mais grave, candidata, todos esses financiamentos e a solicitação do governo brasileiro e do grupo técnico era de que as garantias fossem dadas em uma moeda forte, geralmente euro ou dólar, em um banco internacional de credibilidade. O governo brasileiro aceitou que essas garantias fossem dadas em pesos cubanos num banco na ilha de Cuba. É justo com o dinheiro brasileiro fazer favores a um país amigo que não respeita sequer a democracia, candidata.

Tréplica de Dilma Rousseff: Candidato, não tem Ministério do desenvolvimento econômico, tem Ministério do desenvolvimento, indústria e comércio. E relações internacionais. Candidato. Então eu queria te dizer o seguinte, sempre que se financia uma empresa, as cláusulas do financiamento diz respeito a essa empresa. As garantias são elas quem dá, não é Cuba. Quem dá a garantia é a empresa brasileira para o BNDES. Então, candidato, o que eu quero te dizer, eu quero te dizer que você pondere. O governo Fernando Henrique fez o mesmo empréstimo. Nós também fizemos. Mas beneficiamos quem, candidato? Empregos brasileiros, brasileiros que são empregados. Eu queria também que o senhor tivesse tanto zelo pela liberdade de informação no caso das empresas que o senhor tem em Minas.

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