O que explica o sucesso da 1ª captação externa do governo Temer? O FT destaca os motivos

Brasil apresenta um cenário mais positivo com expectativa de mudanças fiscais, melhora da crise política, rali dos mercados emergentes e juros negativos pelo mundo explicam

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta semana, o governo Michel Temer emitiu US$ 1,5 bilhão de títulos de longo prazo, o Global 2047, com um prêmio pago de 357 pontos acima dos Treasury Bonds e retorno de 5,87% ao ano. A demanda foi de US$ 6 bilhões e permitiu ao Tesouro Nacional pagar uma rentabilidade anual menor que a planejada inicialmente, que era de 6,0%, indicando uma primeira captação externa do governo interino bastante bem-sucedida. 

Mas por que a recepção foi tão positiva? Conforme destaca o jornal britânico Financial Times, os investidores destacaram que o Brasil se beneficiou fortemente do fluxo para os mercados emergentes nas últimas três semanas, a melhora da percepção sobre o País e o aumento dos rendimentos negativos dos títulos pelo mundo, que eclipsaram US$ 13 trilhões. 

“O Brasil sofreu a sua pior contração em um quarto de século no ano passado em meio à tempestade perfeita com a queda dos preços das commodities globais e o escândalo de corrupção na Petrobras, assim como uma crise política profunda, que levou as três principais agências de classificação a rebaixar o Brasil para grau especulativo”, afirma o FT. 

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O jornal britânico ressalta que, depois de serem “esmagados” em 2015, os ativos brasileiros de todas as faixas passaram de um dos piores negócios do mundo para os melhores, com os investidores animados com o afastamento de Dilma Rousseff da presidência e os esforços de Michel Temer para impor medidas de austeridade este ano.

“Temos visto uma continuação dos dividendos positivos da administração Temer”, disse Sean Newman, um gestor de fundos da Invesco, ao FT. “Isso levou a uma recuperação nos negócios e na confiança dos consumidores. Estamos começando a ver, no lado econômico, que a conta corrente se beneficiou de uma moeda mais fraca. Temer reuniu, ainda por cima, uma equipe econômica crível”, destacou.  O FT destaca que a dívida brasileira denominada em dólares avançou mais de 21% este ano, de acordo com dados do Barclays, mostrando um maior apetite de investidores estrangeiros. 

O FT ressalta ainda que uma recente série de dados econômicos encorajadores, incluindo a desaceleração da inflação e uma recuperação na produção industrial e das vendas no varejo parecem apoiar a visão crescente entre os economistas de que o pior pode ter passado no Brasil. “A situação econômica e política também está mudando favoravelmente no Brasil”, destacaram os analistas do HSBC disse em uma nota no início deste mês. “O apoio recente do governo interino do presidente Michel Temer no Congresso aumentou as chances de passar reformas fiscais cruciais. O governo está tomando medidas para estabilizar as contas fiscais e reduzir as preocupações com a sustentabilidade da dívida. Isso também irá contribuir para a redução da inflação”, destaca o HSBC. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.