O que esperar do julgamento de Lula e outros 8 eventos que vão agitar a próxima semana

Confira os principais eventos que prometem deixar o mercado agitado nos próximos dias

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Após mais de um mês de expectativas, a semana do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou e deve ser o grande destaque para o mercado, que ficará de olho ao destino do petista, que corre o risco de ficar inelegível. Mas este não será o único evento da semana e alguns indicadores econômicos também devem chamar atenção dos investidores.

Na quarta-feira (24), às 8h30 (horário de Brasília), a 8ª Turma do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, dará início ao julgamento do recurso de Lula contra a decisão que o condenou, em primeira instância, à prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Três desembargadores votarão na sessão de julgamento e, dependendo do placar, o trâmite para a condenação definitiva do ex-presidente, o que impediria a sua participação nas eleições presidenciais, pode ser mais
rápido ou mais lento. Levando-se em consideração a análise de embargos infringentes em outros processos da Lava Jato, o prazo médio no TRF-4 tem sido de sete meses, o que seria insuficiente para evitar que Lula oficializasse candidatura junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Continua depois da publicidade

Contudo, nada garante que, caso o ex-presidente sofra uma derrota por maioria e entre com esse recurso sobre a decisão, o prazo de análise pelo Tribunal seja o de sete meses, uma vez que até o momento o processo do ex-presidente teve tramitação mais acelerada que a média — o que, inclusive, é um ponto de reclamação da defesa.

O quadro sintetiza os principais cenários adversos ao petista possíveis para a votação:

Para entender melhor todos os passos do julgamento e quais as possibilidades de recurso e o que acontecerá após o dia 24, clique aqui.

Agenda de indicadores
Ainda antes do julgamento, na terça-feira (23), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o IPCA-15 referente ao mês de janeiro, que segundo a GO Associados deve mostrar alta de 0,32%. Se isso se confirmar, no acumulado em 12 meses o índice continuará em 2,94%.

Segindo os analistas, apesar da aceleração recente, o cenário inflacionário segue benéfico. “A expectativa é que a inflação convirja gradualmente para 4,0% no fim do ano, abrindo espaço para novo corte de 0,25 pp na Selic na reunião de 6 e 7 de fevereiro, pelo Copom”, explicam.

Sem data confirmada, o Ministério do Trabalho deve divulgar nos próximos dias os dados do Caged referente ao mês de dezembro. A GO Associados estima saldo líquido negativo de 380 mil vagas de emprego formal no mês, que sazonalmente é ruim para o emprego formal, pois ocorrem as demissões dos temporários contratados durante as festas de fim de ano. Assim, o Caged deve mostrar saldo líquido negativo de 80 mil vagas em 2017.

Na quinta-feira, vale lembrar, a bolsa brasileira ficará fechada por conta do feriado de aniversário da cidade de São Paulo. Com isso, o investidor precisa ficar atento ao desempenho dos ADRs das empresas brasileiras negociados em Nova York, principalmente por ser após o julgamento do Lula, podendo ainda refletir bastante nos ativos e indicar como será a abertura da B3 na sexta.

Já no dia seguinte, o Banco Central divulga a Nota do Setor Externo do mês de dezembro, que deve apresentar déficit de US$ 5,1 bilhões na balança de transações correntes no mês, segundo a GO. Segundo os analistas, o elevado resultado negativo em dezembro é sazonal e reflete as transferências de lucros das multinacionais para o exterior.

No exterior, a semana será um pouco mais tranquila, com alguns PMIs na Zona do Euro e nos Estados Unidos. Por falar nisso, a maior economia do mundo divulga na sexta-feira às 11h30 o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre que deve reforçar o cenário de bom crescimento da economia americana, que cresceu ligeiramente acima de 3,0% nos últimos dois trimestres.

Além disso, na terça-feira e na quinta ocorrem as reuniões do Bank of Japan e do BCE (Banco Central Europeu), respectivamente. As reuniões não devem trazer grandes novidades, mas comentários sobre futuras mudanças em suas políticas podem chamar atenção e agitar o mercado nestes dois dias.

Por fim, é importante destacar o Fórum Econômico Mundial, em Davos, entre os dias 22 e 25. No dia 24 haverá o debate “Moldando a nova narrativa do Brasil”, onde o presidente Michel Temer, junto com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), com Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú Unibanco, e Paul Bulcke, CEO da Nestlé, irão apresentar a agenda brasileira para 2018 e defender a necessidade de reformas para os líderes internacionais.

Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui e acesse a agenda InfoMoney.

Quer investir melhor o seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.