O que esperar da delação da Odebrecht? Lula e Dilma devem estar no topo da lista, avalia LCA

Delação deve afetar principais partidos da base aliada e da oposição mas, num primeiro momento, ex-presidente e atual presidente estarão no foco

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A empreiteira Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato, informou na terça-feira (22) que decidiu colaborar de forma “definitiva” com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), que cuida das investigações. Os executivos da empresa deverão fazer acordos de delação premiada, o que gerou muita repercussão no mundo político. Somado a isso, esteve a notícia das superplanilhas da companhia, que envolvem nomes de centenas de políticos (ao menos 316, segundo a Folha de S. Paulo) de 24 partidos. Ou seja, envolve tanto nomes da base aliada, como PT e (até agora) PMDB quanto da oposição, como o PSDB, entre vários outros. 

Com isso, a LCA Consultores lembra o comunicado emitido pela Odebrecht onde anuncia sua disposição de “fazer uma colaboração definitiva”, que reforça que o foco principal da delação recairá sobre os políticos. A empresa afirma no comunicado que “não tem responsabilidade dominante” sobre os fatos apurados na operação, “que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”.

A consultoria reforça que, mesmo devendo afetar os políticos dos principais partidos, no topo da lista dos delatados devem constar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. A LCA ressalta que a força-tarefa da Lava Jato já acumulou evidências suficientes para exigir do presidente afastado da empreiteira, Marcelo Odebrecht, detalhes e explicações sobre pagamento de despesas da reforma do sítio de Atibaia, utilizado pela 

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Não há certeza sobre a abrangência da delação que apenas começa a ser costurada com o Ministério Público. Possivelmente, será bastante ampla. Deverá afetar políticos dos principais partidos: PT, PMDB, PSDB e vários outros. Mas no topo da lista dos delatados devem constar o ex-presidente Lula e a campanha da presidente Dilma de 2014, contra os quais a turma da Lava Jato já acumulou evidências suficientes para que exija de Marcelo Odebrecht detalhes e explicações sobre o pagamento das despesas da reforma do sítio utilizado pela família Lula da Silva e também acerca do dinheiro pago diretamente pela empresa ao então marqueteiro do PT, João Santana, ao longo da disputa eleitoral.

“Aliás, a campanha, tudo indica, já é objeto de outras delações em curso, como as de Mônica Moura, esposa do ex-marqueteiro petista, e as dos executivos da Andrade Gutierrez, que talvez já tenham se encerrado. Em suma, é difícil acreditar que o ex-presidente Lula seja capaz de escapar, no mínimo, do indiciamento e que a presidente Dilma conseguirá evitar a cassação do seu mandato via TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”.

Assim, afirma a consultoria, caso esta percepção seja predominante nos meios políticos, Dilma e Lula não serão considerados capazes de conter o ímpeto da Operação Lava Jato nem mesmo nos tribunais superiores. Desta forma, o mais razoável para os políticos será se antecipar à decisão do TSE e aprovar o impeachment na esperança de que o novo governo, comandado por Michel Temer, possa reduzir um pouco a fervura da Lava Jato.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.