O que Dilma falará de Obama em discurso na Cúpula das Américas

Segundo informações do jornal O Globo, durante sessão plenária, Dilma fará discurso com críticas e elogios ao presidente americano

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os chefes de Estado e de Governo de 35 países vão participar nesta sexta-feira (10) da 7ª Cúpula das Américas – a primeira conferência hemisférica em que os líderes dos Estados Unidos e de Cuba sentarão à mesma mesa, desde a ruptura das relações diplomáticas há mais de 50 anos.

Dentre eles, estão o presidente dos EUA, Barack Obama, e a do Brasil, Dilma Rousseff, que buscam estreitar relações comerciais e diplomáticas após o escândalo de espionagem à presidente brasileira feita pela agência americana NSA.

E, segundo informações do jornal O Globo, na sessão plenária, a presidente Dilma deve celebrar a iniciativa de Obama de deixar para trás os 50 anos de políticas contra Cuba e condenar a sanção americana à Venezuela.

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Segundo o jornal, Dilma dirá que é um contrassendo os EUA encerrarem um embargo a Cuba que durou meio século e, ao mesmo tempo, congelarem contas de autoridades venezuelanas nos EUA. No início de março, Obama decretou sanções contra sete indivíduos ligados ao regime da Venezuela, país que foi classificado como uma ameaça para a segurança nacional norte-americana.

O governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, quer incluir no documento final da Cúpula, sob a forma de prêambulo, a rejeição à sanção americana. Contudo, a avaliação é de que é difícil haver consenso  dos 35 chefes de Estado do continente americano em torno desse posicionamento. 

 Dilma terá uma reunião bilateral com Obama durante a Cúpula e, segundo o diretor de Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Ricardo Zuñiga. “Nós esperamos que haja interações entre o presidente e vários líderes, e certamente a presidente Rousseff é uma com quem ele espera ter uma oportunidade para conversar”, disse Zuñiga.

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Questões sobre o acordo para conter o programa nuclear do Irã também deverá ser abordado por Obama e Dilma.

Dilma também pode ter conversas com o presidente da Colômbia, Juan Manoel Santos; do presidente do Haiti, Michel Martelly; do presidente do México, Enrique Peña Nieto; do primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

E ela deve se encontrar até com o  Mark Zuckerberg, fundador do Facebook. Segundo a coluna de Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o presidente da rede social teria interesse em ampliar o investimento no Brasil, um dos principais mercados para a empresa no mundo.

A Cúpula das Américas
Os chefes de Estado e de Governo de 35 países participam nesta sexta-feira da 7ª Cúpula das Américas – a primeira conferência hemisférica em que os líderes dos Estados Unidos e de Cuba sentarão à mesma mesa, desde a ruptura das relações diplomáticas há mais de 50 anos. 

A última vez em que isso ocorreu foi em uma reunião regional em 1956 – também na Cidade do Panamá. Três anos depois, a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, derrubou a ditadura de Fulgencio Batista. Em 1962, os EUA romperam relações com o novo governo comunista de Cuba e expulsaram a ilha caribenha da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A 7ª Cúpula das Américas deverá marcar o fim do último resquício da Guerra Fria na região, e o governo panamenho declarou feriado para esvaziar as ruas e garantir a segurança dos participantes. O evento terá a presença do líder cubano, Raúl Castro, e do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama – que em dezembro deu um passo histórico ao reconhecer o fracasso de meio século de políticas norte-americanas para tentar isolar Cuba. No momento em que os EUA estão dialogando com os cubanos para acabar com décadas de confronto (uma iniciativa aplaudida pelos governos regionais), há um novo foco de discussão: a Venezuela.

Os chanceleres que se reuniram nessa quinta-feira (9) para negociar a declaração conjunta dos presidentes não conseguiram chegar a um consenso: a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodriguez, queria incluir no documento condenação às sanções norte-americanas a sete altos funcionários venezuelanos.

Em março, Obama anunciou que ia bloquear as contas e os bens desse grupo de venezuelanos nos EUA, por considerar que estavam envolvidos em atos de corrupção ou de violações de direitos humanos.  Para justificar essa punição, Obama declarou a Venezuela uma “ameaça à segurança” norte-americana.

 A declaração de Obama foi duramente criticada na região e citada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para obter do Congresso poderes especiais: ele poderá governar por decreto, até o fim do ano, para conter a “ameaça” norte-americana.

Nos últimos dias, altos funcionários norte-americanos moderaram o tom das críticas e asseguraram que a Venezuela de fato “não representa uma ameaça”. Maduro também disse que quer ter uma boa relação com os EUA, mas a chanceler venezuelana cobrou uma retificação, ou seja, a suspensão das sanções.

Ao mesmo tempo, um grupo de 25 ex-presidentes da América Latina e da Espanha  (entre eles o costarriquenho Oscar Arias, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o mexicano Felipe Calderón e o espanhol José Maria Aznar) apresentaram nessa quinta-feira a Declaração do Panamá, criticando a violação de direitos humanos na Venezuela. O documento pede a imediata libertação de presos políticos, como o líder oposicionista Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. Ambos foram acusados por Maduro de conspirar para derrubá-lo.

Na véspera da cúpula, houve polêmica entre governistas e oposicionistas, tanto venezuelanos quanto cubanos. A normalização das relações entre os EUA e Cuba depende de uma série de medidas – algumas das quais precisam passar pelo crivo da oposição republicana para aprovação no Congresso.

 Uma das principais reivindicações de Castro é a exclusão de Cuba da lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo. Os cubanos também querem a suspensão do bloqueio econômico e financeiro e uma indenização pelos danos sofridos no passado.

 Além da Cúpula das Américas, estão sendo realizados no Panamá fóruns paralelos de empresários, reitores de universidades e representantes da sociedade.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.