O que acontece com a bolsa se “o sequestro” realmente ocorrer nos EUA?

Mercado acionário brasileiro já está em queda e pode acentuar perdas com volta de cenário ruim no exterior

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O abismo fiscal nos EUA foi temido por meses pelo mercado – pressionando o desempenho das bolsas durante um bom período, sendo que o alívio trazido depois que o evento foi evitado ajudou a bolsa a se recuperar de maneira rápida. Mas o mercado se aproxima de um evento bastante similar, chamado “O Sequestro”, que parece ainda não ter se refletido na bolsa por enquanto. 

É verdade que o mercado acionário cai no Brasil, mas nos EUA os índices estão próximos de sua máxima histórica. Por aqui, os fatores que pressionam nada tem a ver com o mercado externo: expectativas de uma Selic maior e perspectivas de crescimento novamente fraco. O que deve acontecer quando a “barreira” for alcançada? De acordo com analistas ouvidos pelo portal CNBC, uma queda agressiva é bastante provável. 

Faltam 9 dias, e somente 4 reuniões do congresso, para que o “Sequestro” ocorra, eliminando US$ 110 bilhões dos gastos governamentais – o que pode derrubar em até 1% o PIB (Produto Interno Bruto). Mas ao contrário do abismo, as autoridades parecem não estar preocupadas com isso: desta vez nenhuma promessa foi feita por Barack Obama, presidente norte-americano, ou por John Boehner, presidente da Câmara dos Deputados. O mercado deveria estar em pânico, mas não está. 

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“Quantas vezes você vai ver algo sendo vendido como um novo apocalípse, só para ver o mercado atingir regiões cada vez mais altas?”, diz Jim Paulsen, estrategista chefe da Well Capital Management. E de fato os índices norte-americanos estão bastante próximos de suas máximas históricas – como se a economia norte-americana não estivesse a um passo de sofrer um baque forte.

Pessoas estão subestimando o “sequestro”
Art Hogan, sócio da Lazard Capital Markets, acredita que o mercado não está preocupado por conta de três fatores: há uma crença de que o congresso vai encontrar um acordo no último segundo, evitando-o, preocupa-se menos com os cortes do que com a suposta elevação de impostos do abismo e uma falsa percepção de quanto isso pode afetar a economia. Mais de 700 mil empregos podem ser afetados, em um país que já enfrenta problemas no mercado de trabalho, em um período de 2 anos. 

“Há menos preocupação e incômodo do que quando o assunto em voga era o abismo fiscal”, afirma Hogan. Para ele, o mercado norte-americano pode cair praticamente tudo que foi ganho em 2013, jogando pressão negativa para a bolsa brasileira e tornando o “sequestro” o principal motivo para quedas no mercado acionário nos próximos meses. Com a bolsa já em queda no Brasil, uma notícia externa dessas pode novamente prejudicar a economia nacional. 

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