O contestado plano de R$ 60 bilhões de Ciro Gomes para tirar os brasileiros do SPC

Para trazer credibilidade à sua promessa de campanha, o presidenciável explicou nesta semana como conseguirá tirar os brasileiros da lista de devedores

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – No primeiro debate à presidência da eleição de 2018, Ciro Gomes (PDT) levantou polêmica e virou alvo de diversos memes ao colocar como um dos motes de sua campanha a retirada de mais de 63 milhões de brasileiros do cadastro de inadimplentes, o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). 

“Vou ajudar a limpar o nome das pessoas não é porque sou bonzinho. É porque meu projeto prevê que um dos motores da economia é o consumo das famílias”, disse, na ocasião, sem detalhar como conseguiria isso. 

Para trazer credibilidade à sua promessa de campanha, o presidenciável explicou nesta semana como conseguirá tirar os brasileiros da lista de devedores: bancos públicos abrirão linha de crédito de até R$ 60 bilhões para o parcelamento das dívidas.

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A ideia é que os devedores consigam descontos maiores do que aqueles oferecidos nos feirões de renegociação de dívidas. Segundo Gomes, esses feirões alcançam até 80% de desconto na dívida e a proposta dele é aumentar para 90%. “Vou tirar os juros de 486% ao ano [do cartão de crédito] para cobrar 10%,11%,12%”, disse em vídeo postado em suas redes sociais (veja o vídeo no fim da reportagem).

“Eu faço um leilão e aquelas empresas financeiras, bancos e de cartão de crédito e de crediários que me derem o maior desconto serão as primeiras a serem refinanciadas. E pega os mais pobres de baixo para cima e empresta pelo Banco do Brasil e pela Caixa em até 36 meses de prazo”, disse a jornalistas durante um comício na quinta-feira (16). Vale lembrar que, embora seja estatal, o Banco do Brasil é uma empresa de capital aberto e deve atender aos interesses dos acionistas.

O candidato não descartou a possibilidade de incluir bancos privados em seu plano, mas com uma condição: descer os juros cobrados das dívidas a cerca de 12% ao ano, em contrapartida, o candidato promete “afrouxar” o compulsório – parcela dos depósitos que os bancos devem repassar ao Banco Central . “Mas eu não vou precisar deles [bancos privados] não”, diz.

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A dívida média do brasileiro é de R$ 4.200 e Ciro alega que, se descontar os juros compostos da dívida, esse valor cai para R$ 1.400. “O brasileiro médio está devendo R$ 1.400. Isso, se eu picar as prestações em 36 meses, ele vai pagar prestação ao redor de R$ 40 por mês e vai fazer ele sair da humilhação e ajudar o país a voltar a turbinar a economia”, afirma. A partir do momento em que assinar o contrato de parcelamento, o devedor terá seu nome retirado do cadastro de inadimplentes, propõe o candidato. 

Ciro Gomes se defende das críticas de quem aponta o projeto como inviável comparando sua proposta com o Refis, programa de recuperação fiscal. Segundo ele, foram gastos R$ 354 bilhões nos dois últimos governos para perdoar a dívida de empresas e empresários com a Receita Federal e a Previdência. “Se pode ajudar as empresas e os ricos, o governo também, claro, pode ajudar os mais pobres e a classe média a limpar o seu nome”, disse em programa eleitoral

Para evitar que as pessoas saiam gastando sem ter dinheiro para pagar contando com sua promessa de campanha, Ciro disse que vai limitar a renegociação às dívidas contraídas até 20 de julho deste ano. “Vai dar certo”, finaliza Gomes em vídeo publicado por sua equipe. Confira: 

 

 

 

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