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SÃO PAULO – O presidente Michel Temer fez pronunciamento à Nação neste sábado (20).
Em um discurso de cerca de dez minutos, o peemedebista destacou notícia da “Folha de S. Paulo”, em que afirma que perícia constatou que houve edição do áudio da conversa dele com Joesley Batista, da JBS. Ele afirmou que a conversa foi manipulada com objetivos “subterrâneos”, o que levou muitas pessoas ao engano e trouxe grave crise ao Brasil. Ele afirmou ainda que recorreu ao STF para suspender a ação enquanto se verifica a autenticidade da gravação.
O presidente apontou que o autor da gravação está “livre” nas ruas de Nova York, e o Brasil está de novo na incerteza. Ele “cometeu o crime perfeito”, afirmou, destacando que ele “enganou os brasileiros e agora mora nos EUA”.
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Temer ainda apontou que, antes de divulgar a gravação, Joesley comprou US$ 1 bilhão porque sabia que isso causaria o caos no mercado cambial. Ele afirma que os fatos estão sendo investigados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Temer volta a dizer que houve edições no áudio, que tenta incriminar o presidente e “invalidar” o Brasil. “O Brasil não sairá dos trilhos. Eu continuarei à frente do governo”, apontando que a inflação caiu e a recessão está no fim.
Ele ainda citou incoerências entre o áudio e o temor do depoimento de Joesley. “O que ele fala em seu depoimento não está no áudio, e o que está no áudio mostra que ele estava insatisfeito com o meu governo.” Temer diz que o governo não atendeu os pedidos de Joesley, apontando ainda que as novas presidências “moralizaram” o BNDES e a Petrobras; Maria Silvio Bastos Marques, presidente do banco de fomento, tem total respaldo dele, apontou ainda.
“Estamos acabando com o tempo das facilidades para os oportunistas”, disse, acusando o governo anterior de ter “quebrado o Brasil”.
Temer ainda minimizou o seu diálogo com Joesley e afirmou que não tinha interlocução com ele. O presidente apontou que não há crime em “se livrar” do interlocutor, indicando outra pessoa para “ouvir suas agruras”. Temer afirma que ouve muita gente da sociedade. “Trabalho rotineiramente até meia-noite ou mais.”
Ontem, a Procuradoria-Geral da República divulgou a abertura de inquérito contra Temer pelo crimes de corrupção passiva e obstrução à investigação de organização criminosa. Rodrigo Janot cita, entre outras evidências, o conhecimento que Temer teria de pagamentos de propina feitos pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao doleiro Lúcio Funaro.
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