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SÃO PAULO – Andando a passos lentos e com muitos desafios fiscais, as questões sobre o rumo da economia brasileira, que tomará passos cruciais a partir das eleições de 2018, são grandes. Mas há saída para a economia brasileira?
Esse foi o tema do Painel WW, que vai nesta quinta-feira a partir das 14h (horário de Brasília) da última sexta-feira (29), com apresentação de William Waack. O programa contou com a participação do ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto e o secretário de Política Econômica da Fazenda José Roberto Mendonça de Barros.
Conforme destacou Delfim, dando luz à recente pesquisa do Datafolha apontando que, se pudessem, 62% dos jovens brasileiros iriam embora do País. “O futuro está querendo fugir do Brasil e é algo que o sistema político realmente se recusa a reconhecer”, afirmou o ex-ministro. Nesse sentido, o Brasil continua na sua trajetória de destruição do fiscal – com consequências importantes para o futuro econômico da nação.
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Para Delfim, houve uma separação entre política e economia,” tornando o Brasil inadministrável hoje”. O economista ressalta que, antes da Constituição de 1988, segurança, saúde, transporte, educação era um dever do estado; após a Constituição, isso é colocado como um direito do cidadão. “Quando faz essa mudança, altera todo o sistema porque o Ministério Público passa a ser senhor do processo”, aponta o ex-ministro, destacando que o efeito seguinte é a judicialização da política, fazendo com que praticamente inexista orçamento. “A resposta foi a politização da Justiça e que agora está no ápice, com um processo totalmente maluco, em que o STF legisla”, afirma.
Mendonça de Barros reforça preocupação, destacando que houve um tensionamento ainda maior com a guerra comercial deflagrada pelos EUA. Contudo, a inflação controlada, o agronegócio e o setor externo são fatores positivos para a economia brasileira.
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Enquanto isso, Schwartsman aponta estar menos otimista com a economia do que estava no começo do ano, quando previa que o PIB brasileiro iria subir 3%, “Se hoje subir 1,5% ou 2%, é para soltar rojão”. O pessimismo, além do cenário de curtíssimo prazo, se dá pela falta de uma perspectiva de resolução dos nossos problemas através da política: “temos um desafio que estamos sendo incapazes de resolver”. Ele aponta ainda que, “olhando para os presidenciáveis, alguns estão perto do delírio quando propõe a mesma coisa do governo anterior e que levou à crise”.
Para Delfim, quando se olha para a tal ordem do problema fiscal, parece impossível que não tenham sido tomadas medidas no Congresso, o que é um “suicídio” dos próprios políticos, citando como exemplo a aprovação do Refis, que custará R$ 15 bilhões aos cofres públicos.
Schwartsman cita ainda a greve dos caminhoneiros para destacar o cenário complicado que temos para o gasto público e o divórcio do mundo político do mundo econômico, enquanto a população ainda não tem uma consciência exata sobre o problema fiscal. “Estou cada vez mais convencido após o apoio popular à greve dos caminhoneiros, que cada um vai buscar o seu, o seu pedaço do bolo, e o Congresso reflete isso. Qualquer demanda social vai refletir no orçamento”, avalia. Já Mendonça de Barros mostra menor pessimismo e ressalta que, a população saberá ver as consequências de apoiar uma pauta que não enderece os problemas fiscais brasileiros.
De qualquer forma, os economistas ouvidos pelo programa concordam em um ponto: que a inflação será uma consequência no futuro se continuarmos nesse rumo.
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