O 2º turno já começou: quem é o favorito?

Será um 2º turno marcado pelo "anti". De um lado, os anti-petistas/anti-lulistas. Do outro os anti-bolsonaristas. Qual é o maior sentimento de rejeição?

Equipe InfoMoney

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Colunista convidado: Ivo Chermont*

O 1º turno acabou. Faltam menos de 20 dias para o pleito, mas já dá para falar sem medo de errar. Os candidatos da próxima fase já estão definidos. Bolsonaro e Fernando Haddad. Um dos dois será o nosso próximo presidente.

No domingo, Bolsonaro deu o pontapé inicial para o 2º turno. O candidato fez uma live pelas redes sociais atacando PT e o sistema eleitoral, além de estrear um novo comportamento mais emotivo frente à tela. É um novo candidato, mais ao centro nos costumes.

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No dia seguinte, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deu uma entrevista nos jornais segmentando os outros candidatos entre possíveis aliados e adversários. No dia seguinte, Haddad, em sabatina do UOL, SBT e FSP, o candidato do PT caminhou ao centro no campo econômico com alguns acenos ao mercado, talvez com a intenção de reeditar o sucesso do seu tutor em 2002.

Será um 2º turno marcado pelo “anti”. De um lado, os anti-petistas/anti-lulistas. Do outro os anti-bolsonaristas. Qual é o maior sentimento de rejeição? Optamos em olhar as intenções de voto de uma maneira diferente para tentar responder a pergunta mais importante: quem é o favorito desse embate?

Separamos os votos dos candidatos entre esquerda, direita e Brancos/Nulos/Indecisos, entendendo que existem muitas nuances entre eles. O exercício é apenas uma simplificação.

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A eleição ganha contornos mais acirrados a partir da pesquisa de junho, a primeira realizada depois do calor do momento da prisão do ex-presidente Lula. Ali foi o low da esquerda. Desde então, um crescimento significativo dos votos à esquerda e à direita proporcionado pela narrativa construída por Lula colocando as eleições dentro dos tribunais e transformando-a em um plebiscito sobre a suposta perseguição política ao ex-presidente.

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E os 20% de indecisos? Fiz o seguinte exercício para tentar estimar a demografia do voto indeciso: peguei a última pesquisa Datafolha e observei o percentual de votos dos eleitores com ensino fundamental, médio e superior que iam para Haddad e Bolsonaro em um eventual 2º entre eles.

Extrapolei essas mesmas proporções entre os indecisos de mesmo nível escolar. Como se os indecisos se distribuíssem em suas preferências eleitorais da mesma forma que os decididos. A conclusão é que, grosso modo, os indecisos devem se dividir em duas partes iguais, com 10pp para cada lado, o que levaria a proporção a favor da direita para 55×45.

Por isso, atribuo ao candidato Bolsonaro uma pequena vantagem de probabilidade na disputa final que, oficialmente começará no dia 8 de outubro, mas que na prática começou no último domingo.

Isso não é ficar em cima do muro, é apenas o reflexo de um país dividido e uma eleição cheia de eventos sem precedentes e black swans.

Ivo Chermont é economista com 13 anos de experiência na indústria de Assets Managements. Atualmente é sócio e economista-chefe da Quantitas Asset Management

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