NYT classifica Copa como sucesso incrível; já FT “exclui” Dilma da forte união nacional

New York Times diz que as previsões catastróficas para a Copa não se concretizaram; enquanto isso, o FT ressalta o movimento de união do Brasil, mas que "excluiu o governo da festa"

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Oito dias após o início da Copa do Mundo no Brasil, a imprensa internacional já dá as suas primeiras impressões sobre o torneio. Enquanto o New York Times diz que as previsões catastróficas para a Copa não se concretizaram e que o torneio é um “sucesso incrível”, colunista do Financial Times ressaltou que o evento está unindo o Brasil, mas que Dilma continua andando de cabeça baixa. 

“Para aqueles torcedores que gostam de gols de saltar os olhos, resultados surpreendentes e futebol de qualidade, esse torneio foi, de longe, um sucesso incrível”, avaliou o NYT, em artigo da última quarta-feira.

Contudo, a publicação ressaltou que nem tudo é perfeito: falta de comida nos estádios, problemas no sistema de som, detalhes no acabamento das arenas, atrasos em obras e problemas de logística foram apontados como alguns dos problemas enfrentados durante o torneio. Porém, avaliou, sempre costumam acontecer imprevistos na realização destes grandes eventos. Além disso, o NYT elogiou a qualidade do gramado das doze sedes, sendo esta a “prioridade, uma vez que as partidas geralmente definem o legado histórico de um evento.”

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

Já o Financial Times destacou o sentimento de maior união do time brasileiro, ressaltando no início da reportagem o hino do Brasil cantado à capela pela seleção e pela arquibancada mesmo quando a música foi encerrada em São Paulo, na abertura do evento, o que passou de uma demonstração de patriotismo para um ritual. 

“Em muitos países, a seleção nacional de futebol – com todas as suas virtudes e defeitos – encarna o sentimento da nação. Mas isso é particularmente verdade no Brasil, superpotência do futebol. E é ainda mais verdadeiro durante uma Copa do Mundo no Brasil. Um vasto país de desigualdades agora está fazendo o seu melhor para se unir em torno de uma equipe de jogadores expatriados multimilionários”, ressalta o FT.

O Financial Times destacou que, olhando na arquibancada do estádio, só os mais abastados estavam acompanhando o evento, pois eram aqueles que poderiam comprar os ingressos. E estas classes eram as mais irritadas com os gastos desnecessários da Copa do Mundo. 

Continua depois da publicidade

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, pouco antes do torneio revelou que enquanto 51% de todos os brasileiros eram favoráveis ao evento no Brasil, apenas 41% dos paulistas concordavam que o País sediasse o evento.

“A multidão no estádio entoou o hino como um desafio, um empresário brasileiro me disse. Sua mensagem: eles amavam Brasil apesar do governo”, ressaltou. E esta visão foi reforçada pelo técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, logo após ter vencido o jogo de estreia por 3 a 1 diante da Croácia. “Nunca mais vocês poderão dizer que São Paulo não apoia a equipe nacional”, afirmou aos jornalistas.

Em meio a esse cenário, o jornal britânico ressalta o movimento de união do Brasil, com reuniões em dia de jogos da seleção canarinho. Porém, afirma o jornal, apenas uma parte está excluída da família nacional: o governo – avaliando que o mesmo é verdade em muitos países agora. A presidente Dilma Rousseff participa dos jogos, mas mantém a cabeça baixa, enquanto a multidão entoa “canções abusivas” sobre ela, afirma o jornal, em referência às ofensas proferidas à presidente durante a abertura. 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.