Novos pedidos de convocações causam polêmica na CPI da Petrobras

Uma das polêmicas foi o pedido de convocação de Pietro Bianchi, ex-diretor da empreiteira Camargo Correa

Equipe InfoMoney

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Depoimentos de pessoas que ainda não tiveram pedidos de convocação aprovados pela CPI da Petrobras (PETR3; PETR4) causaram polêmica na reunião de hoje da comissão, convocada para ouvir os depoimentos de dois executivos ligados à empresa Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha e João Carlos de Medeiros Ferraz.

Uma das polêmicas foi o pedido de convocação de Pietro Bianchi, ex-diretor da empreiteira Camargo Correa. A convocação de Bianchi foi pedida pelo deputado Jorge Solla (PT-BA) e indeferida pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

Motta argumentou que Bianchi não está ligado a fatos apurados pela CPI. “E vou indeferir novamente se o requerimento for apresentado de novo”, respondeu Motta.

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O nome de Bianchi surgiu em 2009 durante as investigações da Operação Castelo de Areia, que apurava o pagamento de propina de empreiteiras a políticos. A operação foi anulada em 2011 pelo Superior Tribunal de Justiça.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a Camargo Corrêa pagou R$ 7,4 milhões nos últimos anos a Bianchi, que foi preso pela Polícia Federal em 2009 acusado de ser o principal responsável por organizar os pagamentos de propina da empreiteira a políticos. De acordo com a reportagem, a Polícia Federal suspeita que Bianchi operava um esquema que também foi usado nas irregularidades detectadas pela Operação Lava Jato.

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, defendeu a convocação de Bianchi.

Já o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pediu a aprovação de requerimentos de convocação do empresário Júlio Camargo, do policial civil Jayme de Oliveira e da ex-deputada Solange Almeida – apresentados pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP).

Camargo, Solange e Jayme são investigados pela Polícia Federal a partir do depoimento do doleiro Alberto Youssef, que disse que houve pressão de deputados sobre Camargo para que a empresa que ele representava na época, a Samsung, pagasse propina por contratos de aluguel de navios com a Petrobras. Youssef disse que a propina era destinada ao PMDB e que a pressão teria sido feita pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo as investigações da Polícia Federal, na época em que Youssef afirma ter ocorrido a pressão sobre Júlio Camargo a então deputada Solange Almeida apresentou requerimentos de informação a diversos órgãos federais sobre o contrato entre a Samsung e a Petrobras. Esses documentos foram gerados por arquivos que contém a assinatura eletrônica de Cunha.

Camargo, que fez acordo de colaboração com a Justiça Federal, não confirmou a denúncia sobre Cunha, que nega as acusações. O presidente da Câmara compareceu espontaneamente à CPI no início de março para prestar depoimento e disse que seu gabinete na época era usado por deputados do PMDB, o que explica sua assinatura eletrônica no documento. A ex-deputada Solange Almeida também nega o envolvimento de Cunha. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal.

“Não podemos passar a impressão de que estamos protegendo alguém”, disse Júlio Delgado.

A CPI continua reunida no plenário 12.

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