Novo governo: economista recomenda cautela com estatais ao investir

SÃO PAULO – Em épocas de mudança de governo, é comum surgir certa insegurança, afinal é difícil prever quais serão as decisões adotadas pelo novo presidente e quais os impactos na vida dos cidadãos brasileiros.

Essa situação acontece também quando o assunto é investimento. Porém, o economista da Legan Asset, Fausto Gouveia, afirma que não há motivos para temores, e quem está planejando investir não precisa esperar passar esse momento de transição.

“Há boas oportunidades para o investimento em ações agora, que não devem ser desprezadas. Oportunidades que podem não estar mais disponíveis no próximo ano. Eu diria que o momento de transição de governo exige cautela apenas com as estatais, como Eletrobras e Petrobras, que podem sofrer mudanças em seus cargos de diretoria e presidência, o que pode impactar um pouco os papéis”, explica.

Sem mudanças
Gouveia reitera que é bem provável que aconteçam poucas mudanças significativas no início do governo Dilma Rousseff. “Pelos discursos iniciais vemos que não há a intenção de mudar muita coisa”.

Sobre a adoção de políticas de controle fiscal, prometidas por Dilma em seu primeiro discurso, a agência de risco Standard & Poor’s afirmou que com elas seria possível acontecer uma elevação da classificação de risco do Brasil. Para o economista, se as políticas de controle fiscal realmente forem adotadas serão muito bem vindas.

“Mas precisamos ter os pés no chão. Temos que lembrar que promessas de campanha nem sempre são cumpridas. Lógico que a notícia é boa. E uma elevação da nota do Brasil seria boa também para os investidores, já que as empresas se beneficiariam, teriam mais facilidade para conseguir financiamento barato em linhas externas, o que se reverteria em maior produção, mais lucros e, consequentemente, ganhos aos investidores. Mas acho bom esperarmos para ver o quer vai realmente acontecer”, finaliza.