Nova pesquisa coloca em xeque favoritismo e deve preocupar Dilma por 5 fatores

Desconhecimento dos eleitores em relação a outros candidatos e perspectivas piores para a economia devem levar eleição para segundo turno, aponta LCA; Aécio e Campos comemoram números, apesar de não terem crescido na pesquisa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O último sábado foi agitado para a política e também deve movimentar o mercado financeiro. Foi divulgada a pesquisa Datafolha, tendo como principais números a queda das intenções de voto da atual presidente Dilma Rousseff, que viu as suas intenções caírem de 44% para 38% ante o 44% no levantamento anterior, realizado em fevereiro.

Contudo, ela ainda venceria no 1º turno, pois os candidatos da oposição ficaram praticamente estáveis. Somente na simulação com Marina Silva a atual presidente não venceria no primeiro turno. Por outro lado, Dilma venceria todas as simulações no 2º turno, enquanto o ex-presidente Lula obteve melhores resultados que a própria presidente. Em termos de rejeição, tanto Dilma, quanto Aécio e Campos têm a mesma: 33%, enquanto Marina tem índice de rejeição de 21% e Lula, apenas 19%. Enquanto Dilma é mais forte no Nordeste, enquanto Aécio lidera no segmento de maior nível de instrução e renda, conforme ressalta a LCA Consultores.

O Datafolha confirmou que o desejo de mudança deverá marcar a eleição, aponta a LCA, com 72% dos entrevistados expressando preferência por mudança na maneira como o próximo presidente conduzirá o País. Lula continua sendo visto como o mais preparado, enquanto Dilma caiu e foi superada por Marina, com 16% ante 17%, enquanto os dois principais candidatos da oposição ainda não são vistos como os preferidos para conduzir essas mudanças, pois Aécio tem apenas 13% e Eduardo Campos tem 7%.

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Conforme destaca a LCA Consultores, apesar da pesquisa mostrar que Dilma vence no primeiro turno, são elevadas as chances de realização de segundo turno pelos seguintes cinco fatores: em primeiro lugar, os candidatos da oposição são pouco conhecidos. Segundo o Datafolha, enquanto 87% dos eleitores dizem conhecer Dilma “muito bem” ou “mais ou menos”, 40% afirmam o mesmo a respeito de Aécio, percentual que cai a apenas 24% para Eduardo Campos. “Assim sendo, as elevadas taxas de rejeição de Aécio e Campos são frutos do desconhecimento dos eleitores, já para Dilma, a sua elevada rejeição resulta da piora da avaliação do seu governo”, avalia a consultoria, em segundo lugar. 

Em terceiro lugar, a avaliação do Governo Dilma caiu 5 pontos percentuais para 36% em abril, que é a mais baixa desde junho passado. Outro fator é que a pesquisa mostrou que o eleitor está mais pessimista com relação à inflação e o desemprego. Para 65% a inflação vai aumentar, ante 59% no levantamento anterior, enquanto 45% entendem que o desemprego subirá, versus 39% da pesquisa de fevereiro. Por fim, em quinto lugar, as perspectivas do cenário econômico são desfavoráveis à reversão dessa avaliação. Isso porque a inflação seguirá elevada e a taxa de desemprego, no seu melhor cenário, ficará estável, avaliam os consultores. 

Assim, os números do Datafolha confirmaram em geral o Ibope do final de março, quando houve uma queda da popularidade de Dilma, mas com um agravante para a Dilma, aponta a LCA. Isso porque se mostrou uma queda simultânea da avaliação do governo e da intenção de voto a favor da presidente. “O mau humor do eleitorado para com o atual governo e a complicada conjuntura política e econômica já colocam em xeque o favoritismo da presidente”, avaliam. 

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Desta forma, deve haver um recrudescimento do movimento “volta Lula”, avalia a LCA, dando gás à questão crucial desta fase da disputa presidencial: “Lula substituirá Dilma?”.

A pesquisa eleitoral, destaca ainda a XP Investimentos, seguirá dando o tom da Bolsa brasileira, uma vez que a expectativa de queda na intenção de votos em Dilma veio em linha com o esperado pelo mercado. Como o mercado vê negativamente as intervenções do governo Dilma em alguns setores da economia, o cenário pior para a sua reeleição acaba sendo bem recebido pelos investidores. Com isso, vale ficar de olho nas ações de estatais, que estão mais expostas a esse cenário, como Petrobras (PETR3;PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET3;ELET6). 

Adversários comemoram queda de Dilma
Apesar de não terem um avanço muito expressivo em intenções de voto na pesquisa Datafolha, Aécio e Campos comemoraram a queda de Dilma. Os Líderes do PSDB e do PSB atribuem a redução de Dilma ao caso Petrobras e a resultados negativos da economia.

Tanto Aécio quanto Campos minimizaram a baixa pontuação que obtiveram no levantamento, divulgado no último sábado, justificando que ainda são pouco conhecidos entre a população. E, para Eduardo Campos, o aumento de forças para o “volta Lula”, conduzida, nos bastidores, por integrantes do próprio PT, sinaliza que até mesmo o próprio partido está insatisfeito com a gestão Dilma. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.