
SÃO PAULO – Na eleição presidencial, a presidente Dilma Rousseff e Marina Silva tiveram menos votos do que previam as pesquisas, enquanto Aécio surpreendeu positivamente, apesar de perder em Minas Gerais, seu berço político. Aécio obteve 33,55 % dos votos válidos, enquanto que Dilma teve 41,59%. Marina seguiu em queda e ficou com apenas 21,32% dos votos. E os analistas já fazem projeções sobre o que pode ocorrer no segundo turno.
De acordo com a Nomura, este resultado sugere que Aécio construiu um resultado bastante importante e que, para ganhar a eleição, ele terá que converter cerca de 70% dos votos de Marina Silva.
Para o chefe de pesquisa de mercados emergentes da corretora japonesa Nomura, isso é possível por uma série de razões. Em primeiro lugar, Aécio tem recursos e uma maquina política poderosa que pode apoiar a sua arrancada.
Em segundo lugar, Marina Silva se posicionou fortemente contra Dilma Rousseff durante a campanha o que, de acordo com a Nomura, significa que seus partidários estão propensos a votar da maneira como Marina tender.
Em terceiro lugar, está a expectativa é de que Marina endosse formalmente o apoio a Aécio Neves – ao contrário de sua postura neutra na corrida de 2010 -, em que ela também ficou em terceiro lugar.
Volpon aponta que há vantagens para que a presidente Dilma Rousseff em ser presidente da República, mas sua principal vantagem competitiva veio da divisão da oposição após a morte prematura de Eduardo Campos, em 13 de agosto em um acidente aéreo, fazendo com que Aécio também gastasse tempo atacando Marina. Por isso, Volpon aponta um quarto argumento: “a oposição, unida, tem uma ligeira vantagem sobre Dilma no pleito de 26 de outubro”.
“Um certo número de analistas do mercado mantiveram a visão de que a presidente Dilma Rousseff deverá ganhar (em uma probabilidade estimada de 70%). O resultado do primeiro turno deverá reduzir esse nível de confiança”, afirma.
Por outro lado, a LCA Consultores aponta que é difícil apontar um favorito. “O forte impulso ganho pelo tucano nos últimos momentos do primeiro turno, a possibilidade de receber o apoio de Marina, a complicada conjuntura econômica e a sombra das delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff indicam que a candidatura tucana larga de maneira competitiva no segundo turno. Apesar do maior número de votos obtidos por Dilma Rousseff neste domingo, é difícil apontar um favorito”.
“De fato, as últimas pesquisas para o segundo turno entre Dilma e Aécio, que foram divulgadas no sábado ainda mostram um quadro um pouco mais favorável para a presidente”, afirma a LCA Consultores.