“No Brasil, é pecado ter lucro; precisamos eliminar esse preconceito”, diz Temer

Na avaliação do vice-presidente, o Brasil precisa de uma injeção de otimismo, acompanhada por uma maior participação da atividade privada na economia

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Uma parceria entre sociedade e setor produtivo é o caminho vital para a prosperidade da economia brasileira, afirmou o vice-presidente Michel Temer na manhã desta quarta-feira (24), em evento realizado pela revista Carta Capital, em São Paulo (SP). Na avaliação do peemedebista, o país ainda vive em um contexto de preconceito ao lucro, que precisa ser superado, sobretudo em tempos de transição para uma “democracia da eficiência”, termo ao qual se referiu como meio de superação ao atual momento de turbulência nos campos político e econômico. 

“Vamos fazer uma sociedade entre o governo e o setor produtivo, porque é deste adensamento de relações que nasce a prosperidade do país. De outro lado, temos a plena convicção de que, no Brasil, a ideia de lucro é um pouco a ideia ligada ao pecado. Ou seja, é pecado ter lucro. E este é um preconceito que precisamos eliminar”, argumentou o constitucionalista Temer. “Eu quero ressaltar que a ideia do lucro é bem-vinda, até porque nos termos constitucionais, todo e qualquer desenvolvimento da propriedade e da atividade privada está conectado ao bem estar social. Este é o conjunto constitucional que nos permite uma interação entre o capital e o trabalho muito adequada”.

Para o vice-presidente, a palavra “crise” seria, por diversas vezes, usada de forma indiscriminada e até exagerada. “Ela tem gradações. Pode ser uma crise administrativa, que se resolve com mudança de ministros, por exemplo. Pode ser política, que significa inexistência de apoio ao governo, que se resolve pelo diálogo com o Congresso. E pode ser econômica, que é um pouco mais dramática, e é resolvida pela integração do setor produtivo e governo”, explicou.

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Nesse sentido, Temer disse que o Brasil precisa de uma injeção de otimismo, acompanhada por uma maior participação da atividade privada na economia. Segundo ele, o governo só conseguirá agir com o apoio de empresários e investidores. “Se a iniciativa privada vai bem, você tem geração de empregos”, disse, observando que o país hoje se encontra em uma “fase passageira de eliminação de empregos”.

O vice-presidente disse ainda que tem percebido um sentimento de disposição entre os atores do mercado em investir no país. “Os senhores sabem que empresário investe não somente pelo presente, mas em função do futuro. Se não houver um futuro muito saudável, é claro que ninguém fará investimentos. E eu tenho recebido investidores estrangeiros que querem participar de todas as atividades do Brasil, especialmente neste plano logístico que foi lançado recentemente, que melhora toda a infraestrutura brasileira”.

Após o discurso, Temer deixou o evento sem falar com a imprensa e sem tecer comentários sobre o downgrade promovido pela Moody’s à nota soberana brasileira. Também participaram do evento os ministros Valdir Simão (Planejamento) e Helder Barbalho (Portos). O último aproveitou a ocasião para anunciar um termo aditivo a contratos da Rumo Logística (RUMO3), com a expansão das operações da companhia no Porto de Santos, em investimentos que somarão R$ 308 milhões.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.