No auge da crise, Dilma cogitou deixar PT e propor governo suprapartidário

De acordo com a Folha em dezembro de 2015, quando a situação tensa entre Dilma e o PT se tornou exposta, a presidente cogitou se licenciar do PT e propor a composição de um governo suprapartidário

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-ministro da Educação Cid Gomes afirmou, em entrevista recente, que a presidente Dilma Rousseff deveria sair do PT. E, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, em dezembro de 2015, quando a situação tensa entre Dilma e o PT se tornou exposta, a presidente cogitou se licenciar do PT e propor a composição de um governo suprapartidário.

As conversas sobre o possível afastamento do PT, partido onde a presidente está há 15 anos, surgiram em meio aos debates sobre qual posição os deputados do PT deveriam adotar no Conselho de Ética  sobre o processo que pode levar à cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O Palácio do Planalto estava tentando convencer os três deputados do partido que compõem o colegiado a votar pelo fim da investigação sobre Cunha, com a contrapartida de evitar a deflagração do impeachment. Porém, o PT reagiu e o presidente do partido, Rui Falcão, pressionou publicamente os deputados para que votassem contra Cunha. O desentendimento entre os interesses do Planalto e os da cúpula do PT ficaram evidentes, agravados ainda pela Operação Lava Jato e pela crise econômica. Alguns dirigentes da cúpula do PT atribuiam à presidente a culpa por afundar a legenda. 

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A Folha ainda destaca que houve quem defendesse a ruptura completa entre a legenda e o governo, mas o ex-presidente Lula ainda confiava em Dilma. Mas já admitia que, caso fosse preciso, lutaria para salvar o projeto do partido, sem Dilma. Neste contexto, Dilma cogitou a possibilidade de se afastar do PT, com a ideia de  sinalizar que partidos de oposição e da base aliada poderiam, juntos, encontrar saídas para a crise. Após debate sobre o assunto, chegou-se ao consenso de que a estratégia até poderia render positivamente, mas poderia também ser o atalho para o isolamento completo de Dilma. A presidente decidiu então não arriscar.

Em dezembro, a Época informou que Dilma pensou em deixar o PT. O motivo apontado pela revista é da indicação de que ela estaria mais vulnerável a ataques por conta das investigações da Operação Lava Jato, nas quais membros do seu partido estão supostamente envolvidos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.