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SÃO PAULO – O dia 31 de agosto de 2016 não ficou marcado somente nas páginas brasileiras, mas também nas páginas internacionais. Nesta quinta-feira, diversos editoriais de jornais pelo mundo traçaram as suas impressões sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que foram as mais variáveis possíveis.
Houve quem mostrou insatisfação com o processo, como o jornal britânico The Guardian e o espanhol El País. Segundo o Guardian, jogar sobre Dilma toda a responsabilidade pelos problemas do Brasil e achar que a saída dela resolve esses problemas é uma interpretação simplista e dissimulada.
O editorial da publicação britânica ressalta que mesmo acusação de que o impeachment é um golpe, ”é difícil ignorar o grau de injustiça dessa queda brutal: Dilma nunca foi pessoalmente acusada de se beneficiar da corrupção (ela foi julgada por maquiar o orçamento do Estado), ao contrário de dezenas de políticos brasileiros – muitos dos quais votaram pela sua saída”.
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A publicação ainda faz um paralelo entre a história de Dilma no governo e sua queda à do próprio Brasil. ”O maior país da América do Sul, antes aplaudido por sua crescente influência e sua luta contra a pobreza, agora lida com tensões políticas que levaram ao fim dos 13 anos de governo do PT.”
O El País fez um ataque duro ao impeachment, classificando como um “golpe baixo” que causará danos imensos às instituições brasileiras. De acordo com o jornal, o movimento para a saída de Dilma usou ”de modo abusivo um procedimento de destituição previsto na Constituição para casos extremamente graves e o ajustaram aos jogos políticos de curto prazo sem se importarem com o dano à legitimidade democrática”.
”Estamos diante de uma fraude à lei que lança uma grave sombra sobre o futuro imediato do Brasil, mais necessitado de unidade frente à crise econômica e política do que de divisões irreconciliáveis”, afirma.
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Já para o Washington Post, o desfecho do processo foi “difícil, mas necessário”, sendo ”provavelmente a melhor saída para um país preso entre escândalos políticos e a pior recessão em um século”. A decisão ”foi legal, foi políticamente legítima, e abre o caminho para reformas de que o Brasil precisa desesperadamente”.
O editorial da publicação ainda afirmou qu ea acusação de que o impeachment é um golpe de Estado é ”falsa” e lembra que o governo Dilma apoiou o venezuelano Hugo Chávez na Venezuela e a ditadura cubana. Porém, ressalta que as violações das leis fiscais não foram as principais causas para o impeachment.
Na mesma linha, o Wall Street Journal destacou que o resultado final do impeachment foi sóbrio e dentro da lei. ”O impeachment de líderes democraticamente eleitos é inerentemente político, mas o processo foi rigoroso e transparente”, defende.
Para o WSJ, o grande problema de Dilma que levou ao impeachment foi uma conjunção entre a sua impopularidade e crise econômica. “‘Quando a economia entrou em colapso, Dilma infringiu as leis orçamentárias para salvar sua Presidência” e aponta: “se Temer for sábio, usará este momento para colocar o país de volta nos trilhos certos da economia”.
Já o New York Times evitou um posicionamento mais direto sobre o processo de impeachment e destacou: ”Michel Temer, que se tornou presidente interino em maio, quando Dilma foi suspensa, deveria permitir que as investigações sobre corrupção continuem e deve rejeitar iniciativas legislativas para enfraquecer promotores”.
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