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SÃO PAULO – Após tantos adiamentos, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciaram na noite de quarta-feira (29) um pacote de medidas para que o governo consiga atingir a meta fiscal de 2017.
Para cobrir o rombo de R$ 58,2 bilhões que ameaçava a meta de resultado primário deste ano, a equipe econômica contará com cortes de R$ 42,1 bilhões s em despesas discricionárias, incluindo uma tesourada de R$ 10,5 bilhões em investimentos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Do lado dos impostos, o governo anunciou o fim da desoneração da folha para cerca de 50 setores, prevendo neste ano R$ 4,8 bilhões em receitas adicionais. A medida não valerá, contudo, para os setores de comunicação, transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário de passageiros, além de construção civil e para obras de infraestrutura.
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Meirelles destacou durante a coletiva: “não há dúvida de que fizemos o máximo possível e conseguimos não criar novos impostos”.
Em meio ao anúncio tão esperado pelo governo, o que os economistas acharam das notícias? De acordo com o economista da XP Investimentos, Guilherme Attuy, a primeira impressão é de um resultado neutro para levemente positivo, mas nada para se comemorar.
“A julgar pela forma como se dava por certo o uso de impostos para cobrir o buraco, a solução usada não parece que tenha eliminado o problema, mas postergada a decisão”, afirmou ele.
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Segundo Attuy, a equipe econômica parece ter dado preferência à estratégia de criar gordura (um contingenciamento maior) e ganhar tempo para discutir elevação de impostos (e de eventual revisão da meta). “Ao que parece, a escolha da reoneração, entre outras coisas, aparenta ter conotação mais branda por não se tratar de elevação de impostos, mas de reaver uma renúncia fiscal (benefícios)”, aponta a XP.
De acordo com o economista para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o anúncio de medidas do governo ficou amplamente em linha com as expectativas do mercado. Do lado positivo, Ramos destaca a determinação do governo de não validar um déficit mais amplo e o fato de as medidas anunciadas, que implicam aumento da carga tributária, terem sido mais limitadas do que o esperado mais cedo.
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