Na Itália, Dilma denuncia golpe e diz que Brasil precisa de um “banho de democracia”

Em seu discurso, a petista defendeu a democracia e voltou a denunciar o que chama de “golpe de estado“ no Brasil

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A ex-presidente Dilma Rousseff foi a convidada de honra nesta sexta-feira (27) do seminário internacional “La Solitudine della Democrazia” na Universidade de Salento, em Lecce, na região italiana da Púglia, que tratou do tema da “erosão das democracias contemporâneas”. Em seu discurso, a petista defendeu a democracia e voltou a denunciar o que chama de “golpe de estado” no Brasil.

“Na estratificação da sociedade brasileira, o impeachment faz parte de um processo que traz parte do passado [à tona] e, ao mesmo tempo, cria uma situação bastante grave. […] Vivemos em um momento extremamente propício para o golpe parlamentar que ocorreu”.

Além disso, Dilma afirmou que acredita na força do povo brasileiro para impedir um outro golpe no Brasil em 2018, que seria um possível impedimento da candidatura do ex-presidente Lula ou da própria eleição, segundo ela. “Eu acredito na democracia. O Brasil precisa hoje de um banho de democracia. E isso, você só tem pelo voto”, alegou dizendo que defender a democracia é a única arma contra a desigualdade.

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 A ex-presidente disse que o “golpe” foi causado por duas grandes razões. A primeira eram políticos que queriam derrubá-la para que não fossem investigados em casos de corrução e que decidiram trai-la. Já a segunda razão seria que esses políticos queriam “criar limites nos quais o Brasil teria que se restringir tanto econômica quanto geo-politicamente”. Nesse sentido, Dilma apontou que o estado sempre esteve muito presente no país e que por isso o neo-liberalismo que podia ser visto em outros países da América Latina não se repetia na nossa nação.   

Dilma também disse que a população acabou, em parte, aceitando o seu impeachment devido à crise econômica mundial que atingiu todos os países, mas que chegou aos países emergentes, como o Brasil, no terceiro trimestre de 2014 e que piorou em 2015, segundo ela. Para justificar isso, a ex-presidente leu um trecho da obra do economista norte-americano Milton Friedman o qual fala que, durante uma crise, “o politicamente impossível se torna o politicamente aceitável”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.