Na hora de investir, cuidado com o risco que ninguém vê, adverte Motley Fool

Stephen Mauzy alerta que o risco político é um importante fator de perdas em grandes empresas, como no caso da Intel

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Um investidor que se preze não desvia as atenções dos indicadores financeiros das companhias em que investe, para não perder de vista os riscos a que se submete. No entanto, a Motley Fool destaca um risco que grande parte do mercado ignora, e que é tão poderoso quanto o financeiro.

O problema que assombra o investidor inadvertido é o risco político. O exemplo mais próximo e atual desse aspecto tem sido a novela entre Rio Tinto – gigante mineradora anglo-australiana – e o governo chinês, com as recentes alegações de espionagem corporativa contra a companhia, por ocasião das últimas negociações do preço benchmark do minério de ferro.

Chávez e Gazprom

Dois casos elucidativos da questão são postos pelos já conhecidos confrontos entre o presidente venezuelano Hugo Chávez e petrolíferas: Exxon Mobil e ConocoPhillips perderam bilhões de dólares em disputa com chefe de Estado, pelos quais foram apelar em inúmeros tribunais internacionais.

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Resgatando da memória menos recente, o caso Gazprom, na Rússia, também ilustra o ponto. Depois de muitos desentendimentos de ordem política, em 2006, a Royal Dutch Shell cedeu o controle de projeto avaliado em US$ 22 bilhões – o Sakhalin 2 – para a estatal, que detém o monopólio do gás russo.

Em todo lugar

Indo além, Stephen Mauzy, do Motley Fool, acrescenta que o risco político sonda não apenas as economias emergentes, como também assusta empresas nas economias centrais.

Célebre foi o caso envolvendo a Microsoft e a União Europeia, quando esta cobrou da companhia algo em torno de US$ 2 bilhões ao enquadrá-la na legislação antitruste quanto ao navegador de internet da empresa. Há rumores que apontam ainda para episódio futuro semelhante envolvendo outros dois programas do software de Bill Gates.

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Nos EUA, as autoridades, se oportunamente, fazem pouco diferente, tanto nas esferas estadual e federal do governo, alerta Mauzy.

De perda em perda

De perda em perda, faz-se um grande buraco no balanço de uma empresa. A fabricante de chips Intel concorda: no último trimestre, reportou pagamento de US$ 1,45 bilhão aos europeus sob a forma de multa antitruste, o que levou a empresa – a maior do mundo no segmento – ao seu primeiro prejuízo em mais de duas décadas.

Mauzy atribui a devida importância aos riscos financeiros, bem como à sua análise e monitoramento, mas conclui considerando pouco prudente negligenciar as incertezas – cuja natureza e dimensão são difíceis de perceber – que trazem as figuras políticas.

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