Na eleição, Marina foi o boi de piranha e Aécio, o come-quieto

Candidata do PSB se tornou o para-raios de quase todas as críticas e deixou o tucano em paz para fazer campanha e ganhar votos

João Sandrini

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(SÃO PAULO) – A entrada de Marina Silva (PSB) nas eleições após a morte de Eduardo Campos (PSB) parecia que iria implodir a candidatura de Aécio Neves (PSDB), mas, no final das contas, nada poderia ter sido melhor para o tucano. Marina chegou a empatar com Dilma Rousseff (PT) em intenções de voto para o primeiro turno e abriu larga vantagem no segundo turno. Sendo inclusive apontada como favorita por muitos analistas. Junto com seu crescimento, era previsível que haveria um aumento no tom e na quantidade das críticas dos adversários petistas e tucanos.

Como bom mineiro, Aécio pôde comer pelas beiradas e fazer campanha mais à vontade, sem atrair tanta atenção e sendo alvo de poucas críticas. A própria Dilma direcionou a maior parte da artilharia do PT e da máquina pública para Marina e praticamente se esqueceu do tucano enquanto ele era dado como morto. Aécio só voltou a ser o adversário preferencial de Dilma no debate exibido pela Rede Globo na última quinta-feira, quando as pesquisas começaram a deixar claro que a candidatura do mineiro estava em plena ascensão.

Ainda que a tendência de crescimento de Aécio tenha sido captada pelas pesquisas mais recentes, o resultado final do primeiro turno surpreende por dois motivos: 1) Dilma superou Aécio por apenas 8 pontos percentuais; e 2) Aécio abriu uma vantagem de 12 pontos percentuais sobre Marina.

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Apesar do bom momento, Aécio ainda não pode ser considerado o favorito. A eleição deve continuar imprevisível nos próximos dias. Aécio terá de se acostumar agora com a ideia de ser alvejado diariamente pela campanha petista. Mas ele também tem bons trunfos. Em primeiro lugar, terá o mesmo tempo que Dilma na TV. Outra vantagem é que Aécio deverá concentrar ainda mais o voto contrário ao PT, ainda mais se conseguir o apoio formal de Marina. Por continuar na disputa, o tucano também deverá ficar ainda mais à vontade nos debates e entrevistas do que esteve na última quinta na Rede Globo.

Isso será suficiente para uma nova virada? É impossível dizer – ainda que o tucano nunca tenha parecido tão forte como agora. As únicas coisas que parecem claras é que pesquisas e eleições não necessariamente andam juntas e que esse será mesmo o pleito mais disputado e surpreendente desde a redemocratização do país.

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