Na contramão de Lula, aprovação a Haddad cresce no mercado, diz pesquisa

Levantamento Genial/Quaest feito com economistas, gestores e analistas também mostra que maioria vê ministro fortalecido no governo

Marcos Mortari

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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A diferença na avaliação de economistas, gestores e analistas do mercado financeiro sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se aprofundou em março, segundo nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20).

De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 14 e 19 de março, 64% dos entrevistados consideram negativa a gestão de Lula. O resultado representa uma alta de 12 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, de novembro de 2023, mas ainda está distante das piores marcas do Lula III (90% em março e 86% em maio).

Já as avaliações positivas ficaram em 6% − recuo de 3 p.p. em comparação com o resultado de quatro meses atrás. Consideram a atual administração regular 30% dos atores do mercado financeiro entrevistados, ante 39% em novembro passado. O maior descontentamento com Lula coincide com uma queda de popularidade do presidente junto ao eleitorado, mostrada pelos principais institutos de pesquisa do país.

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Em contraste com a piora de Lula, a pesquisa Genial/Quaest com agentes do mercado financeiro mostrou que 50% dos entrevistados consideram positiva a atuação de Haddad à frente do Ministério da Fazenda. O resultado representa um avanço de 7 p.p. em comparação com novembro de 2023, e fica atrás apenas da fotografia de julho, quando atingiu 65%, no calor da aprovação do novo marco fiscal pelo Congresso Nacional.

Já as avaliações negativas sobre o trabalho de Haddad ficaram em 12% − metade do desempenho no último levantamento e apenas 1 ponto percentual acima da melhor marca registrada (11%, em julho do ano passado). Outros 38% consideram regular a atuação do ministro − ante 33% quatro meses atrás.

Segundo o levantamento, 51% dos entrevistados acreditam que Haddad hoje está mais forte do que no início do mandato. Outros 35% não veem mudanças significativas na força do ministro dentro do governo, ao passo que 14% apontam um enfraquecimento.

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Apesar da melhora nas avaliações relacionadas ao ministro, a maioria (71%) dos atores do mercado ouvidos pela pesquisa acredita que a política econômica do Brasil caminha na direção errada − oscilação negativa em apenas 2 pontos percentuais em comparação com novembro de 2023. Outros 29% classificam o caminho seguido como correto.

O pessimismo com o desempenho da economia, porém, diminuiu de 55%, em novembro, para 32% − grupo ainda superior ao dos otimistas, que se mantiveram em 21%, segundo a pesquisa. Para a maioria (47), a economia não sofrerá grandes mudanças ao longo dos próximos 12 meses.

Na opinião dos entrevistados, o intervencionismo na economia representa o maior risco para o governo Lula, citado por 50% dos entrevistados. Na sequência aparecem um possível estouro da meta fiscal (23%) e a perda de popularidade do presidente (19%).

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A pesquisa Genial/Quaest contou com 101 entrevistas realizadas, através da aplicação de questionário online, com representantes de fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro. A amostra é composta por gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.