MST em Curitiba, vigílias pelo País e convocação de ex-ministro: o clima antes do depoimento de Lula

Enquanto grupos pró-Lava Jato cancelam caravanas e preparam atos em outras cidades, militância do PT começa a chegar em Curitiba para apoiar Lula

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Faltando cerca de 24 horas, Curitiba se prepara para receber um dos principais eventos até agora da Operação Lava Jato. Marcado para 14h (horário de Brasília) desta quarta-feira (10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará frente a frente pela primeira vez com o juiz federal Sergio Moro. Apesar de temores de confrontos, o clima é positivo na cidade e grupos dos dois lados já começaram a chegar.

Cerca de 500 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) já começaram a chegar em mais de 20 ônibus. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os ônibus estão sendo escoltados para garantir a segurança dos manifestantes e permitir a melhor fluidez do trânsito. O destino é uma área reservada nas proximidades da Rodoferroviária, na região central da capital paranaense.

Um esquema especial de segurança foi montado pelo governo do Paraná para evitar confrontos entre manifestantes e outras intercorrências. Haverá um bloqueio em um raio de 150 metros em torno do prédio, e apenas jornalistas credenciados e moradores da região poderão passar pelos policiais. A Polícia Militar do estado vai cuidar da segurança nas ruas ao redor do prédio da Justiça Federal, que será monitorado pela Polícia Federal.

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Os grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente ficarão em pontos distintos da cidade. De acordo com o secretário estadual de Segurança, Wagner Mesquita, simpatizantes de Lula vão ficar na Rua XV de Novembro, e os que são contra, no Centro Cívico.

Atos em todo o País
Do lado da oposição ao ex-presidente Lula, os manifestantes já preparam atos em todo o País, com vigílias em pelo menos 55 cidades nesta véspera do depoimento. Os grupos devem começar a se reunir no fim de tarde e início da noite de hoje, com atos em São Paulo, no vão livre do Masp, e em Brasília, em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Os atos são organizados por movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o NasRuas, que comandou manifestações em frente ao prédio onde vai morar o ex-ministro José Dirceu, depois de ter sido solto pelo STF na semana passada. Parte dos manifestantes pretende invadir a madrugada nas manifestações. 

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Alguns dos grupos de apoio a Lava Jato pretendiam organizar caravanas para Curitiba, mas desistiram, em parte, por causa de um pedido de Moro divulgado no último sábado. O juiz federal reforçou seu pedido na noite desta segunda-feira em palestra, quando falou em “torcida única” para evitar confrontos na cidade (veja mais clicando aqui).

Ex-ministro chama militância
Em oposição ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro Gilberto Carvalho (PT) divulgou um vídeo pedindo que os militantes petistas viajem para Curitiba nesta quarta-feira. “Curitiba não é propriedade dos coxinhas”, afirmou.

“O clima é um clima de paz. Ao contrário do que andaram dizendo por aí, nós viemos com as mãos estendidas para o povo curitibano, que sabe que vai receber aqui não baderneiros, mas lutadores de seus direitos”, disse o ex-ministro. “Não te preocupe. Vai ser uma festa linda, uma festa democrática, pacífica”, afirma Carvalho sem citar Moro.

Risco de adiamento
Pouco se tem comentado sobre o assunto, mas existe a possibilidade do interrogatório não acontecer nesta quarta. Isto porque a defesa de Lula protocolou ontem um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, para pedir a suspensão do processo em que ele é acusado de receber vantagens indevidas da construtora OAS.

A defesa alega que não teve tempo hábil de analisar documentos que foram juntados ao processo entre os dias 28 de abril e 2 de maio por meio digital. “É materialmente impossível analisar toda essa documentação até o dia 10, quando haverá o interrogatório do ex-presidente e será aberto o prazo para requerimento de novas provas”, aponta nota do escritório de advocacia.

Segundo os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, os documentos – referentes a contratos entre a Petrobras e a OAS – eram solicitados desde outubro do ano passado.

“A mídia apresentada perfaz 5,42 gigabytes e foi levada aos autos sem índice e de forma desorganizada. Há cerca de 5 mil documentos (técnicos, negociais e jurídicos) e são estimadas cerca de 100 mil páginas”, aponta a defesa.

(Com Agência Brasil)

 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.