Mourão supera Bolsonaro em avaliações positivas e é aprovado por 39%, mostra XP/Ipespe

Segundo levantamento, Mourão é considerado ótimo ou bom por 39% dos entrevistados, contra 35% de Bolsonaro. Para 82%, comportamento do vice não prejudica o governo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Alvo de ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) há pouco mais de duas semanas, o vice-presidente general Hamilton Mourão (PRTB) atualmente conta com maior simpatia do eleitorado do que o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL). É o que mostra a sétima rodada da pesquisa XP/Ipespe.

Segundo o levantamento, Mourão é considerado ótimo ou bom por 39% dos entrevistados e ruim ou péssimo por 20%. Outros 35% veem o atual ocupante do Palácio do Jaburu como regular, enquanto 6% não souberam ou não quiseram opinar. A pesquisa ouviu 1.000 eleitores, de toras as regiões do país, entre os dias 6 e 8 de maio. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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Os números do vice são ligeiramente melhores do que os do próprio comandante do Poder Executivo. Neste momento, as avaliações positivas de Bolsonaro somam 35%, contra 31% negativas e 31% regulares. Ou seja, simpáticos e insatisfeitos com o governo hoje estão praticamente do mesmo tamanho. Vale lembrar que o presidente já registrou 40% de nível “ótimo” ou “bom” e 17% de “ruim” ou “péssimo” em fevereiro – seu melhor desde que assumiu.

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De acordo com a pesquisa, as avaliações negativas de Bolsonaro cresceram 5 pontos percentuais de abril para cá.  Por outro lado, o resultado de maio indica um estancamento na perda de popularidade – movimento que preocupava aliados do presidente, sobretudo em um momento de agendas desafiadoras no Congresso Nacional e com apenas cinco meses de administração.

Um vídeo em que o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, guru do entorno ideológico do presidente, ataca os militares, publicado na página oficial de Bolsonaro no YouTube, em 22 de abril, marcou o início dos ataques de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, a Mourão. O conteúdo foi retirado da página, mas o vereador intensificou as críticas nos dias subsequentes e insinuou que o vice estaria contra seu pai.

Carlos Bolsonaro chegou a postar a reprodução de uma curtida do perfil oficial de Mourão no Twitter a uma postagem da jornalista Rachel Sherehazade em que ela o elogiava e criticava Bolsonaro. O episódio, inclusive, embasou um pedido de impeachment apresentado pelo deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) contra o vice. A crise entre Carlos e Mourão exigiu intervenção do presidente, que pediu um “ponto final” ao que chamou de “pretensa discussão”.

Dados os acontecimentos, a pesquisa XP/Ipespe também ouviu os eleitores sobre a atuação de Mourão no governo. Para 40% dos consultados, o vice contribui positivamente com a administração. Outros 42% classificam sua conduta como nem positiva nem negativa. Já 11% entendem que o comportamento do vice prejudica o governo, como teria insinuado Carlos Bolsonaro.

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Posto Ipiranga

Fiador da principal e mais audaciosa agenda legislativa do governo – a reforma da Previdência –, o ministro Paulo Guedes (Economia) mantém um nível de avaliações positivas superior às negativas em 15 pontos percentuais. Segundo o levantamento, ele hoje conta com 38% de aprovação e 23% de desaprovação.

Apesar da enfática defesa por mudanças no atual sistema de aposentadorias, pauta considerada impopular, o ministro apresenta desempenho nominal superior ao do presidente, embora com diferença dentro da margem de erro no caso das avaliações positivas.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.