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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou, no final da tarde de ontem, o rating brasileiro, que passou de Baa2 para Baa3. Porém, a notícia foi bem recebida pelo mercado, por conta de um detalhe. A queda do rating já era amplamente esperada, inclusive pela própria equipe econômica. A expectativa mesmo era sobre a perspectiva do rating, que deve indicar os próximos passos da agência de classificação de risco.
E ela deu uma notícia positiva, com a perspectiva ficando estável. O governo viu a decisão como um “mal menor” ao não colocar uma perspectiva negativa da nota brasileira.
Entre diversas avaliações sobre o assunto, a percepção geral é de que o Brasil “ganhou tempo” para evitar perda do grau de investimento. Porém, há também quem veja uma certa “benevolência” da Moody’s, como é o caso do economista Daniel Weeks, da Garde Asset Management.
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O economista reforça que a Moody’s foi mais benevolente que a Standard & Poor’s, que deixou o Brasil no limite do grau de investimento, mas com perspectiva negativa. E, para ele, o País deve ser rebaixado para grau especulativo nos próximos seis meses.
Porém, avalia, mesmo a S&P está atrasada e o Brasil já deveria ter perdido o grau de investimento, concordando com a análise do professor da Universidade de Nova York Nouriel Roubini, que destacou em artigo no Financial Times que o País já deveria ter sido rebaixado para “junk” no ano passado. “O Brasil só não perdeu o investment grade ainda por causa de Levy”, avalia Weeks.
O sinal de alerta da Moody’s também é destacado pela equipe econômica do Brasil Plural, destacando que a agência deu ao Brasil um voto de confiança com base em seus pontos fortes externos, provavelmente o fato de que o soberano tem reservas de US$ 370 bilhões em comparação com uma dívida externa de US $ 120 bilhões (setor público). Outra implicação é que, enquanto a Moody’s parece resignada com novas derrapagens fiscais e aumentos da dívida pública, não deixará de reagir com novos rebaixamentos, se o desempenho fiscal não melhorar significativamente a partir de 2017. “O ministro Levy ganhou tempo mais uma vez, mas é preciso começar a entregar em algum momento”, avaliam os economistas do banco.
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