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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta terça-feira (31) ter colocado o rating soberano do Japão em revisão para possível corte, em reflexo à perspectiva desfavorável para crescimento econômico e dificuldades por parte da política econômica em cortar o déficit.
“Sem uma estratégia efetiva, a dívida pública vai crescer inexoravelmente de um nível que já está muito acima de outras economias avançadas”, destacaram os responsáveis pelo rating da agência, Thomas J. Byrne e Bart Oosterveld.
Na avaliação da Moody’s, existem três aspectos cruciais para a decisão: (1) o impacto econômico maior que o inicialmente esperado do terremoto de 11 de março, (2) dúvidas sobre a capacidade da política econômica do país em atingir suas metas de redução do saldo negativo nas contas públicas e a (3) vulnerabilidade do país ao envelhecimento da população e ao cenário pós-crise econômica global.
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Endividamento
O colapso do crescimento econômico desde o início da década de 1990, aliado à manutenção de amplos déficits fiscais, levou o país a manter uma relação entre dívida e PIB (Produto interno bruto) maior que a de outros países desenvolvidos, estimada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em 226% no ano de 2010.
“Embora não vejamos uma crise de financiamento no curto e médio prazos, nenhum país pode registrar amplos déficits fiscais para sempre”, apontaram Byrne e Oosteveld.
Entretanto, a Moody’s pondera que o Japão é favorecido por uma importante penetração nos mercados de crédito, contando ainda com um importante financiamento doméstico de sua dívida. “O governo [japonês] consegue se financiar a um custo nominal inferior ao de qualquer outro país avançado”, ressaltou a nota sobre a dívida do país.
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O cenário foi agravado no início deste ano pelos desastres natural e nuclear enfrentados pelo país desde meados de março, os quais dificultaram a produção e logística no noroeste do país e ampliaram a necessidade de gastos públicos. No entanto, a decisão da Moody’s não chega a surpreender o mercado, já que a Fitch Ratings também colocou o rating do país em perspectiva negativa na última sexta-feira, utilizando-se de argumentos semelhantes.
Três principais agências
Confira na tabela abaixo como são as notas de longo prazo dentro da metodologia das três principais agências de classificação de risco:
S&P | Moody´s | Fitch | Grau |
AAA AA+ AA AA- A+ A A- BBB+ BBB BBB- |
Aaa Aa1 Aa2 Aa3 A1 A2 A3 Baa1 Baa2 Baa3 |
AAA AA+ AA AA- A+ A A- BBB+ BBB BBB- |
Investimento |
BB+ BB BB- B+ B B- CCC CC C D |
Ba1 Ba2 Ba3 B1 B2 B3 Caa Ca C Wr |
BB+ BB BB- B+ B B- CCC CC C D |
Especulativo |