“Momento em que estamos vivendo é muito delicado, delicadíssimo”, diz Lula

"É o momento da irracionalidade emocional da sociedade brasileira", afirmou o ex-presidente durante a inauguração do Memorial da Democracia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ontem, durante a inauguração do Memorial da Democracia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que existe “irracionalidade emocional” nos protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff que pedem o retorno da ditadura militar. O petista, no entanto, afirmou que haja manifestações e panelações, e lembrou que o PT já fez o mesmo.

O ex-presidente afirmou que é preciso saber o motivo por trás dos protestos que tem se espalhado pelo Brasil. “Me parece que tem um viés. Tem uma coisa deformante nessa irracionalidade emocional. A  tem gente indo para a rua pedindo a volta dos militares. Com esses [manifestantes], nós temos de pelejar. Com esses, nós temos de lutar, temos de debater”, disse Lula. “Falar da democracia é uma necessidade de sobrevivência para nós. O momento que nós estamos vivendo é muito delicado. Delicadíssimo. É o momento da irracionalidade emocional da sociedade brasileira.”

 “Não podemos estar nervosos porque tem gente fazendo manifestação contra nós. Temos que encarar isso com uma certa normalidade. As pessoas baterem panelas durante pronunciamento nosso, é um ato democrático, é um direito legítimo”, disse.

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E concluiu: “nós da CUT e do PT precisamos voltar a ter orgulho e coragem de andar com nossas camisas vermelhas outra vez. Porque obviamente que um partido como o PT que tem um milhão e não sei quantos filiados, uma família grande como essa, tem o risco de cometer erros. Na vida, quando a gente comete erro, a gente paga pelo erro”.

O ex-presidente da República informou que partiu de Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, a ideia da construção de um Memorial da Democracia e que gostaria que fosse sediado na capital paulista. Na época, o então prefeito Gilberto Kassab, chegou a ceder um terreno para a construção, o que foi aprovado pela Câmara Municipal. Porém, segundo Lula, o Ministério Público (MP) entrou com processo que impedia a utilização do terreno.

“Nós estamos aguardando para saber se vamos ganhar esse processo na Justiça para pensarmos em fazer uma arrecadação de dinheiro, que está muito difícil, para podermos fazer nosso memorial”, disse o ex-presidente.

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Lula explicou que, enquanto não há o espaço físico para construção do projeto, o instituto fez um memorial virtual, para que a sociedade possa, desde agora, acessar textos, fotos, charges, desenhos, cartazes, panfletos e documentos, fac-símiles de notícias da imprensa, exemplares virtuais de jornais, áudios com trechos de canções e discursos, segmentos de filmes e vídeos.

“A democracia não é uma coisa simples de compreender. A democracia não é uma coisa que está dada, ela precisa ser trabalhada. São valores que nós precisamos convencer as pessoas todo dia, porque, às vezes, elas só se dão conta da importância da democracia quando perdem a democracia”, disse Lula.

O ex-presidente enumerou vários direitos que a sociedade perdeu na ditadura militar: “Perdemos muita coisa. Tínhamos as ligas camponesas; que foram proibidas de existir; tínhamos dezenas de milhares de sindicalistas, que foram presos; tivemos dirigentes sindicais que perderam seus direitos políticos; tivemos milhares de trabalhadores demitidos por razões de segurança nacional, que passavam a fazer parte de uma lista negra e não arrumavam emprego em lugar nenhum”.

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(Com Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.