Modelos estrangeiros viram os novos “eleitores” dos candidatos em campanhas

Em diversas campanhas eleitorais no Brasil, fotos de bancos de imagens internacionais estão sendo usadas para representar "eleitores"; a prática economiza dinheiro da campanha, mas está sendo criticada

Marina Neves

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (25), o site do jornal Folha de S. Paulo mostrou quem são os novos “eleitores” dos candidatos em suas campanhas eleitorais: modelos estrangeiros. As fotos, tiradas todas de um banco de imagens americano e utilizadas pelo mundo todo como campanha publicitária, estão sendo veiculadas por partidos como PT, PSDB, PMDB e DEM.

O arquivo das imagens é de uma empresa americana chamada Shutterstock, que contém em seu acervo cerca de 40 milhões de fotos, sendo que cada uma custa entre R$ 1 e R$ 24. Enquanto uma campanha que utilizaria os reais eleitores dos partidos, não gastaria menos que R$ 1.000, sendo esta, portanto, uma forma de os partidos economizarem em seus custos, além de pouparem tempo na produção dos materiais publicitários.

Porém, a prática não está sendo bem vista pelos eleitores e pelos próprios candidatos, que, de acordo com a matéria da Folha, em estados como Paraná e Bahia, os candidatos já trocaram acusações de estarem enganando os eleitores ao utilizarem o banco de imagens.

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As fotos foram utilizadas nas campanhas do candidato baiano Rui Costa (PT), seu rival pelo governo na Bahia Paulo Souto (DEM), Gleisi Hoffmann (PT), candidata ao governo do Paraná, além do candidato ao Senado da Bahia Geddel Vieira Lima (PMDB) e Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição no Paraná.

No caso de Gleise, por exemplo, a foto do arquivo de imagens é somente de um homem vestido de pedreiro, já na versão da candidata paranaense, a imagem é acrescida dos dizeres: “Eu sou pedreiro e voto Gleisi”. Outras campanhas, porém, exigem um “trabalho maior”, como o da campanha de Geddel, no qual a imagem original é de um homem, que foi recortado da foto com o Photoshop, e colado em um cenário de casas, dando a impressão de que o modelo é morador do bairro.

Em entrevista para a Folha, o professor de comunicação da UFF (Univesridade Federal Fluminense), Afonso de Albuquerque, declarou que “o benefício é irrisório frente ao custo político de usar uma imagem falsa. Só consigo ver prejuízo para a campanha e o candidato, que perde credibilidade”.

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Quando questionadas sobre as fotos, a equipe dos candidatos Geddel, Rui e Gleisi declararam que esta é uma atitude normal nas campanhas, que fazem parte do mercado publicitário; já Paulo Souto disse que o “erro” da publicação das imagens já havia sido corrigido e que as fotos já foram tiradas do ar. O candidato do DEM ainda falou que a intenção não era que os modelos representassem eleitores paranaenses.

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