Ministro diz que prioridades de PT e Dilma são diferentes e aposta em diálogo para ajuste

Edinho Silva afirmou acreditar que o governo não precisará discutir um "segundo plano" para que o ajuste fiscal seja implementado

Lara Rizério

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O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, falou hoje (6) sobre as medidas de ajuste fiscal e sobre o panelaço que aconteceu ontem durante programa partidário do PT. 

O ministro afirmou que o PT deverá se manifestar oportunamente sobre a reação contrária ao programa do partido e destacou que a ausência da presidente Dilma Rousseff se deve a uma decisão do PT por considerar que a temática não se relacionava à presidente de forma direta.

“O desenho do programa do PT priorizou temas que não dizem respeito a ela”, disse o ministro. “É uma decisão tomada junto com a direção do partido. Porque a temática priorizada pelo programa não era uma temática que ela vai priorizar”. 

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Ajuste fiscal
Edinho Silva ainda afirmou acreditar que o governo não precisará discutir um “segundo plano” para que o ajuste fiscal seja implementado. Na opinião dele, o diálogo com o Congresso vai continuar sem que haja distorção nas medidas provisórias que aumentam o rigor para a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários.

“O diálogo em relação às MPs existe, tem que ter processos de negociação, e de forma alguma vão distorcer ou enfraquecer objetivos do ajuste”, afirmou Edinho. Para o ministro, o Congresso vai superar as tensões, disputas naturais e os interesses do país serão colocados em primeiro lugar. 

Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, o ministro reconheceu o teor “polêmico” das medidas. “Pela origem sindical e ligação com movimentos sociais do PT, claro que não são questões simples. A construção de uma posição majoritária tem que se dar com diálogo, não tem outra forma. É isso que o governo tem feito, para que o processo de negociação seja construído. Se essas questões são contraditórias para o PT, são também para os demais partidos”, disse. 

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O ministro observou que os trabalhadores não estão perdendo com as mudanças, por exemplo, no seguro-desemprego. “As alterações visam a corrigir distorções e evitar fraudes para que os recursos possam atender de forma eficaz os que mais precisam. As metas do ajuste serão cumpridas. A visão da presidente Dilma é que as medidas são importantes para que a economia brasileira possa crescer de forma sustentável”.

Dilma e redes sociais
Ele ainda disse que a presidente Dilma Rousseff deve intensificar o diálogo com a população por meio das redes sociais. Ele informou que a comunicação por meio dos veículos tradicionais vai continuar ocorrendo, mas esse “caminho” das plataformas online não tem mais volta.

Em referência aos vídeos postados na internet para marcar o Dia do Trabalho, no primeiro ano em que Dilma não usou a cadeia nacional de rádio e TV para se pronunciar, Edinho Silva voltou a dizer que o motivo da mudança não foram os panelaços que ocorreram no pronunciamento de 8 de março. “A presidente não está fora do rádio nem da TVs nem dos jornais nem das revistas. Ela se comunica cotidianamente, utilizando esses instrumentos de comunicação. O que a presidente tem feito, e fez no dia 1º de maio, foi priorizar a comunicação por meio das redes sociais, valorizando um modal de comunicação. Isso não significa que os demais não serão utilizados.”

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Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, o ministro falou ainda sobre o panelaço que ocorreu nessa terça (5) em cidades brasileiras durante o programa do PT. “Numa democracia é bom que a gente possa conviver com a diversidade do pensamento de forma tolerante. O que é ruim para a democracia é o ódio quando você tem uma manifestação diferente daquilo que você pensa. Ontem o PT mostrou o que ele pensa, mostrou seu posicionamento, como os demais partidos também têm o direito de mostrar. Isso é bom pra democracia.”

Edinho Silva disse que a decisão de a presidente não ter tido uma participação maior no programa partidário foi tomada por ela em conjunto com o partido e que a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compromete a aprovação do ajuste fiscal. “O programa do PT é uma atribuição do partido. Decisões de conteúdo, formato são decisões do partido, o governo não tem que se posicionar. O governo é do PT, mas é também de coalizão. O que prevalece enquanto governo é pensamento construído como coalizão”, disse, em referência aos demais partidos da base aliada.

Na opinião do ministro, desde a Constituição Federal de 1988 nunca se exercitou tanto esse modelo de coalizão, que tem gerado benefícios para a democracia. “Conviver com diversidade não é ruim para democracia. Mas as pessoas não são robôs, que ouvem: ‘Agora você vai pensar assim’. Elas têm histórias de vida, se posicionaram. O enquadramento [de opiniões] é ruim, melhor é o dialogo, construir posições”, declarou.

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Ele lembrou ainda que a agenda de Dilma Rousseff tem se voltado prioritariamente para a construção de um plano “arrojado” de investimentos em infraestrutura, que será lançado, no mais tardar, no início do mês de junho.

(Com Agência Brasil)  

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.