Ministro diz que há uso da Lava Jato como 3º turno; FHC refuta: “oposição sabe que perdeu”

Ministro da Justiça afirmou que há tentativa de politizar a operação e de tentar manter o clima eleitoral, enquanto ex-presidente tucano rebate afirmou e diz que o "Brasil é que quer esclarecimentos"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Um dia após a deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse, hoje (15), em entrevista na sede da Presidência da República em São Paulo, que a Petrobras (PETR3;PETR4) “não pode e não vai parar”, apesar do escândalo de corrupção que envolve a empresa. “Se por um lado as investigações tem que prosseguir, de outro lado, a Petrobras não pode parar”, disse o ministro. Cardozo ainda afirmou que a oposição tenta usar a operação como um “terceiro turno” eleitoral, o que levou a reações de lideranças políticas da oposição, com destaque para o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. 

Cardozo disse que a Polícia Federal está cumprindo o seu papel e que o governo não aceitará, em qualquer momento, “insinuações de que se criaram obstáculos” para a investigação. Ele frisou que o governo federal quer que todos os atos ilícitos sejam apurados e o responsáveis punidos. Sem citar nomes, o ministro criticou parlamentares e partidos que fazem uso político da operação. “Há aqueles que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral, mas, talvez, não tenham percebido que o resultado das urnas já foi dado e que há vencedores”.

“Repilo veementemente a tentativa de se politizar essa operação”, reagiu o titular do Ministério da Justiça. Indagado se estava se referindo a algum político em particular, o ministro respondeu que se referia “a qualquer pessoa que esteja tentando transformar isso em palanque, tentando manter o clima eleitoral”. “Talvez Freud [criador da psicanálise] explique”, acrescentou.

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Cardozo disse que a investigação atinge, também, políticos de partidos de oposição ao governo e que, independentemente do partido, todos serão investigados. “Essa acusação contra políticos sejam da base aliada ou da oposição tem que ser apurada. Se as pessoas estão envolvidas, precisam ser punidas”. De acordo com ele, as investigações da Lava Jato “vão continuar doa a quem doer”, sendo o político do governo ou da oposição. “Tudo precisa ser investigado pouco importando cor político- partidária”, acrescentou.

Em evento promovido pela Revista Piauí, Fernando Henrique Cardoso respondeu à fala de Cardozo, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo.  “Ninguém está explorando eleitoralmente, que eu saiba. O Brasil está estarrecido com a profundidade do que aconteceu. É muito dinheiro. É muita gente envolvida”.

A oposição sabe que perdeu. Reconheceu. Não há ninguém responsável na oposição que tenha outra opinião. Somos a favor da regra do jogo. Acho que é ruim ficar dizendo isso porque dá a impressão de que é a oposição que quer usar as investigações. É o Brasil que quer esclarecimentos sobre as investigações. Não é a oposição. A oposição quer a verdade e a punição, se for comprovada”, afirmou. 

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(Com Agência Brasil)


Acho que é ruim ficar dizendo isso porque dá a impressão de que é a oposição que quer usar as investigações. É o Brasil que quer esclarecimentos sobre as investigações. Não é a oposição. A oposição quer a verdade e a punição, se for comprovada.”Acho que é ruim ficar dizendo isso porque dá a impressão de que é a oposição que quer usar as investigações. É o Brasil que quer esclarecimentos sobre as investigações. Não é a oposição. A oposição quer a verdade e a punição, se for comprovada.”

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.